Facchini

Unidade da Mercedes-Benz de MG só produzirá cabines em 2017

Desde o início do ano, a Mercedes-Benz implanta, gradativamente, a produção de cabines na unidade de Juiz de Fora, na Zona da Mata Mineira. Paralelamente e também aos poucos, a montadora vai transferindo a fabricação do modelo Acello para a planta de São Bernardo do Campo, em São Paulo. Ambos os processos devem ser finalizados até o fim deste exercício e as operações oficiais iniciadas no começo de 2017.
As informações foram confirmadas pela Mercedes, que não detalhou a quantidade de cabines já produzidas na plataforma mineira nem quais etapas de produção já foram transferidas para São Paulo. A companhia alegou que outros detalhes serão fornecidos na conclusão das implantações.
As mudanças foram anunciadas pela montadora alemã há dois anos, sob investimentos da ordem de R$ 230 milhões. O plano da Mercedes é de que a unidade mineira deixe de produzir os caminhões do tipo Accelo (leve) e passe a fazer apenas a montagem bruta e pintura de cabines em larga escala, de maneira que as cabines saiam completamente prontas de Minas Gerais.
A medida promete maior sinergia entre as unidades de São Bernardo do Campo e Juiz de Fora, aumentando a produtividade das plantas. Mas, enquanto isso, a montadora continua sofrendo com consecutivas quedas nas vendas de caminhões.
O setor, em geral, amargou queda de 30% no volume de unidades vendidas no período de janeiro a setembro deste ano sobre igual época de 2015, conforme dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Já a montadora vendeu 11,4 mil caminhões nos primeiros nove meses deste ano, sobre 14,7 mil veículos no mesmo intervalo do exercício passado. Isso implicou em uma redução de 22,5% entre os períodos. A fabricante de caminhões liderou o ranking nesse mercado durante setembro, com 29,5% de market share.
Dessa forma, desde o ano passado, a Mercedes tem adotado uma série de medidas em suas unidades produtivas para cortar custos e se adaptar ao mercado encolhido. As ações incluíram paradas técnicas, férias coletivas, lay-offs, programa de demissão voluntária (PDV) e demissões.
Há informações de que na unidade de Juiz de Fora os excedentes somam 70 profissionais, enquanto, no Brasil, o efetivo a mais chega a 2 mil. Hoje, a planta mineira trabalha com 750 funcionários diretos. O acordo de garantia de emprego que os metalúrgicos conseguiram no ano passado venceu em junho e ainda não foi renovado.
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