Pode até parecer profecia de Nostradamus, mas “muitas empresas de transporte de cargas não testemunharão o nascer do Sol no ano vindouro; enfraquecidas pela má gestão e pela conjuntura econômica, sucumbirão diante dos desafios a elas impostos”.
Brincadeiras à parte, pois o assunto é extremamente sério, ao longo dos próximos meses presenciaremos o encerramento das atividades de muitas Transportadoras de cargas.
Muitas outras, que ainda resistirem, apenas estarão adiando ou dificultando o seu caminho em direção ao abismo. Restarão poucas, não em quantidade, mas em reais condições para atender à avalanche de requisitos técnicos demandados pelo mercado.
Um lado (o das Transportadoras) atribuirá a mortalidade das empresas à atual situação do país e aos Embarcadores, ávidos por custos mais baixos, mas que de forma alguma se mostram dispostos a flexibilizar o nível de serviço.
O outro lado (o dos Embarcadores) se defenderá, alegando que se trata de uma decorrência da lei de oferta e demanda, e que também, como qualquer empresa, precisam buscar condições mais competitivas para sobreviver no mercado.
A verdade é que grande parte desse problema (não todo) está relacionado à gestão das Transportadoras de cargas no Brasil. A grande maioria é administrada na modalidade tentativa e erro, sem as ferramentas e sem as pessoas adequadas. Muitas, sequer sabem custear a sua própria operação e formar seus preços, atuando no mercado de forma reativa, atendendo à pressão de seus Clientes atuais ou potenciais, sem saber se estão ou não ganhando algum dinheiro.
Os sintomas disso tudo são conhecidos de todos nós. Essas empresas, “doentes” e enfraquecidas, seguem um roteiro previsível. Primeiro, começam a contrair empréstimos bancários, entregando às instituições financeiras grande parcela de seu lucro. Na sequência, deixam de pagar os impostos. Em um preocupante passo em direção ao fundo do poço, atrasam os Fornecedores secundários, e depois, os Fornecedores primários, aqueles do qual dependem diretamente, pois estão relacionados a combustíveis, pneus, manutenção, seguros de cargas, gerenciamento de riscos, etc. Por fim, vem o golpe fatal, quando atrasam ou não pagam salários de funcionários. Ao deixar de pagar seus motoristas, a máquina emperrará, e não contará com a força necessária para bombear sangue para o corpo todo. É como um enfarto. A pessoa vinha sentindo alguns efeitos, mas continuava sedentária, comendo mal e demais, fumando muito, exagerando nas bebidas alcoólicas. A tragédia anunciada agora é consumada.
Ao longo desse desastroso ritual é possível reverter o quadro, mas poucos o fazem, insistindo em modelos outrora vencedores. Falta visão, falta ação e falta auto avaliar-se, e entender que não basta culpar os Embarcadores por tudo isso, e sim avaliar de forma criteriosa onde falhamos e o que pode ser melhorado.
Nenhum Embarcador forçou a Transportadora A ou B a reduzir seus fretes em 10%, quando na verdade ela queria um aumento de 15%. Os Embarcadores, assim como as Transportadoras, precisam buscar alternativas para sobreviver. E neste momento, a conjuntura favorece os Embarcadores.
Infelizmente, com a aproximação do final de ano, muitas Transportadoras não disporão de recursos para quitar o 13º salário. Encerrarão o ano em grandes dificuldades, e possivelmente não contarão com a possibilidade de pular as sete ondas e de fazer seus pedidos na virada do ano!
Artigo: Marco Antonio Oliveira Neves, Diretor da Tigerlog Consultoria e Treinamento em Logística Ltda.
QUANDO A ÚLTIMA EMPRESA DE TRANSPORTES MORRER NESSA POCILGA CHAMADA BRASIL, VEREMOS UMA SITUAÇÃO NOVA: FAZENDEIROS E EMPREENDEDORES EM GERAL TERÃO QUE TER SEUS PRÓPRIOS CAMINHÕES PARA TRANSPORTAR O QUE É SEU, POIS VÃO PERCEBER QUE NÃO DÁ PARA CARREGAR NAS COSTAS SEM O TRABALHO ESSENCIAL QUE O CAMINHÃO FAZ. VÃO FAZER O QUÊ? TRANSPORTAR DE TREM? KKKKK, COM A MALHA FERROVIÁRIA ATRASADA E ESCASSA QUE TEMOS, NÃO VAI DAR. VÃO TER QUE TER SEUS PRÓPRIOS CAMINHÕES.
ResponderExcluirAcho que a classe tinha que se dar o valor que tem pois assim mostraremos nossas forças pois do jeito que está se não tomarmos providências muitos deixaram de trabalhar.
ResponderExcluirDesejo Boa descida ao fundo do poço a essas empresas, em especial as grandes que travaram uma lota entre as suas concorrentes em busca de ganhar todas as cotações, pegando frete com valor abaixo de seus custos de transporte. Sou pequeno más sempre faço a conta do valor do frete - combustível - funcionários - impostos - desgaste dos Equipamentos, bem simples dá para fazer esse cálculo em papel de pão. Se o resultado empatar ou ficar negativo deixo Meus caminhões parados. Se todos seguissem essa regra não estaríamos onde estamos; e garanto que não precisaríamos de tabela de fretes, assim como todo a produção teria sido transportada da mesma forma.
ResponderExcluirUm grande abraço a todos.
Mais um Caminhoneiro feliz e orgulhoso da profissão escolhida.
Não sou do ramo mas observando países CIVILIZADOS podemos ver que nosso sistema de transporte de cargas e passageiros está totalmente errado. Observei isso nos 5 anos em que morei na Alemanha.
ResponderExcluirO problema de tudo isso no Brasil é o Governo que nunca teve interesse de ajudar o Transporte de Cargas no preço do frete é outras questões relativas daí aparecem os grandes Empresas e atravessadores que não ajudam em nada e só atrapalham com as suas Ganâncias
ResponderExcluirConclusão o Brasil sem Caminhão Pára.
Existem casos e casos, quem sucumbiu ao crédito fácil e caro está pagando por isso. Quem teve bom senso e cautela está passando amarguras mas vai sobreviver a esse caos temporário
ResponderExcluirOu seja "Ganancia".
ExcluirIsso é culpa de quem inventou o bitrem e o nível eixo .kkkkkk além de acabar com as estradas ainda acabaram com o frete .
ResponderExcluirIsso é culpa de quem inventou o bitrem e o nível eixo .kkkkkk além de acabar com as estradas ainda acabaram com o frete .
ResponderExcluirKKKKK Nunca tinha pensado nisso, eu achava que a culpa era do lula kkkkkk
Excluiro maior problema foi que muitos que nunca pensaram e ter caminhoes hoje sao donos tipo medicos advogados comerciantes lojistas qualquer um entrou no seguimento e fez isso acontecer com muita oferta de caminhoes e pouco produto para transportar deu nisso ainda aqui em mato grosso se abre as portas para muitas transportadoras de fora que so vem buscar e nada deixao de lucro para o estado acabam com nossas rodovias Brs
ResponderExcluirEu gostaria de uma analise dos mais experientes, sobre o reflexo dessa quebradeira das grandes empresas para os autônomos. Será positiva ou negativa?
ResponderExcluirEu acho q nossa cultura de Motorista eh o pior motivo dessa decadência. Grande maioria tem um sonho de ter seu próprio Caminhãozinho, aih vai realiza seu sonho e coloca p/ trabalhar sem fazer um cálculo de rastreamento,seguro, depreciação etc... Com o tempo p/ manter o parcelas em dia em dia, começam baratiar os fretes, (pagam p/ trabalhar). Estamos em uma fase péssima, torço e luto p/ q nossa área de transporte melhore! Abrxx a todos da rodagem...
ResponderExcluirEssas grandes empresas q escasseiam os fretes pagam mal os terceiros como se não presissasem deles.quero ver as concessionárias venderem alguma coisa p eles agora pq o autônomo q quer trocar seu caminhao as concessionárias trarão mal não estão nem aí quero ver agora !
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