Diante da procrastinação na tramitação e aprovação do Projeto de Lei 528, o Movimento Independente União do TRC idealizou a paralisação nacional dos caminhoneiros ocorrida nos dias 29 e 30 de novembro de 2016 em todo território nacional, e o protesto em frente ao Congresso Nacional, em Brasília.
De acordo com os caminhoneiros, o setor de transporte rodoviário exige uma tabela mínima que cubra os custos com o trabalho, não para lucratividade, mas para viabilizar a atividade, pois as próprias instituições e associações não estariam cumprindo com o objetivo de defender a classe, obrigando o setor a tomar medidas mais expressivas. Não apenas isso, mas o setor estaria pagando para trabalhar, já que o valor resultante do trabalho se tornou inviável.
"A implantação da tabela vai nos dar uma condição mais digna para que possamos sustentar nossas famílias e manter nosso caminhão rodando. A situação hoje está muito precária, os caminhoneiros não estão conseguindo manter os caminhões e cobrir todos os gastos. Agora no início de safra, temos companheiros sem condições de colocar pneus e isso não pode continuar." – disse o membro do TRC, Gilmar Marinho.
Na tarde desta quarta-feira (21), o Movimento do TRC (Transporte Rodoviário de Cargas) e outros trabalhadores do setor, se reuniram na Câmara Municipal de Lucas do Rio Verde para estudar as próximas medidas a serem tomadas mediante a tabela emitida pelo Estado a cerca do piso mínimo de frete. Para a maior parte dos caminhoneiros, o valor estipulado é muito menor do que o gasto para o tráfego de cada caminhão. O vereador do município e membro do Movimento Independente União do TRC, Gilson Baitaca, ressalta que a finalidade do encontro é encontrar meios para que o caminhoneiro possa trabalhar dignamente até que o Projeto seja aprovado.
"Essa reunião agora é pra definirmos como iremos trabalhar enquanto o Projeto de Lei está tramitando, para termos alguma condição de trabalho até que se resolva isso em Brasília. Precisamos nos unir agora e colocarmos o preço em nosso serviço, ditar o nosso valor, valor da nossa mão-de-obra." – afirmou o vereador.
O presidente da Associação dos Transportadores de Cargas de Mato Grosso, Maicol Michelon, também esteve presente na reunião. Convidado pelo vereador, o presidente espera contribuir na construção de uma parceria entre os caminhoneiros de grande, médio e pequeno porte, e autônomos.
"Existe uma divisão grande no Mato Grosso, em um lado são instalados as grandes empresas e no outro as médias e pequenas empresas, e autônomos, por isso, vamos esclarecer os custos desembolsados pelas grandes empresas e pelos pequenos empresários e entrarmos em consenso para trabalharmos de forma harmoniosa, onde o grande não atrapalhe o pequeno e vice-versa." – destacou o presidente.
A reunião começou por volta das 16h30 com caminhoneiros de diferentes lugares do país.
O “Piso Mínimo de Frete”
O Projeto de Lei 528, idealizado pelos deputados Assis do Couto (PDT/PR) e Celso Maldaner (PMDB/SC) está paralisado nas comissões do Senado Federal. Em seu texto, consta o chamado “Piso Mínimo de Frete”, que permite ao Governo Federal a implantação mínima do frete em caráter obrigatório em todo território nacional. O objetivo é de que haja uma tabela mínima que favoreça o setor de transporte rodoviário e que cubra, no mínimo, o custo efetivo do frete.
FONTE: Expresso MT