Em um ano, o preço médio do óleo diesel subiu oito vezes em Mato Grosso, segundo um levantamento da Agência Nacional de Petróleo (ANP). O valor pago pelo petróleo em janeiro deste ano é o maior preço no período. Os reajustes, de acordo com o Sindipetróleo (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis de Mato Grosso), são feitos após avaliações mensais, que levam em conta, por exemplo, a análise cambial do mês.
Em janeiro de 2016, o preço pago pelo litro do combustível era de R$ 3,266. Em contraponto, o valor pago em janeiro deste é de R$ 3,361.
De acordo com o representante do órgão, Nelson Soares, os aumentos foram maiores nos últimos 90 dias. Com o aumento no preço do diesel, os preços são repassados paras distribuidores e chegam até as bombas.
Para o caminhoneiro Gilmar Marinho, a categoria é a mais prejudicada com o aumento, que é repassado no valor do frete. “Tem que ser passado para frente, caso contrário, o motorista não ganha nada”, afirmou.
Segundo ele, o valor gasto com o combustível chega a consumir 60% do lucro final. “Antes você gastava 35% com o diesel. Hoje é esse valor desumano”, disse, explicando, que o aumento do insumo é o que mais impacto o preço do frete.
Já para o diretor executivo da Associação dos Transportadores de Carga de Mato Grosso, Miguel Antônio Mendes, o maior problema é que o aumento do diesel não é repassado no valor do frete. “O transportador não tem poder de negociação e quando lançam um preço para o serviço o trabalhador acaba aceitando. Por isso, cada aumento é absorvido pelos transportadores”, afirmou.
De acordo com Mendes, os custos são maiores que as receitas, atualmente. “Estamos lutando agora para conseguir uma tabela mínima para cobrir os gastos e ainda haver lucro”, disse.
Para protestar contra a queda no preço do frete e o aumento no combustível, os caminhoneiros fecharam três rodovias federais que cortam o estado. Ao todo, são cinco trechos das BRs 264, 163 e 070, em Rondonópolis, Nova Mutum e Primavera do Leste.
FONTE: G1