Transportadores de grãos encerraram na tarde dessa quarta-feira (18) as paralisações e liberaram as rodovias federais no estado do Mato Grosso. A decisão foi tomada após o início das negociações com os tradings e os governos, estadual e federal.
Estima-se que somente no Mato Grosso mais de 10 mil caminhões estavam parados as margens das BRs 163 e 364 desde a última sexta-feira (13), data em que as manifestações tiveram início. Os transportadores tinham como principal reivindicação o aumento no valor do frete, que atualmente não estaria cobrindo os custos do transporte. Dentre uma das soluções apontadas pelos manifestantes estaria a adoção e aplicação em caráter do tabelamento mínimo do frete.
Gilson Baitaca, membro do Movimento dos Transportadores de Grãos (MTG) divulgou nas redes sociais um áudio, explicando o fim da paralisação e destacando o início das negociações, tanto com o governo quanto com os tradings.
Segundo Baitaca, uma reunião entre representantes do MTG, o senador José Medeiros e o superintendente da Polícia Rodoviária Federal em Mato Grosso (PRF-MT), Arthur Nogueira, foi realizada em Rondonópolis e em Nova Mutum. Na ocasião foi acordada uma reunião à partir das 16h com o Governo do Estado do Mato Grosso e a Secretaria da Fazenda (Sefaz) afim de implantar a tabela de preço mínimo da Sefaz em caráter obrigatório para regular o preço do frete de grãos.
Além da reunião com o governo mato-grossense, está marcada para os próximos dias uma reunião em Brasília com o senador José Medeiros e o presidente Michel Temer, com o objetivo de acelerar a tramitação e aprovação da PL 528/2015, que estabelece uma Política de Preços Mínimos do Transporte Rodoviário de Cargas em âmbito nacional.
A reunião dessa tarde resultou ainda em um aumento antecipado no valor do frete de grãos no estado do Mato Grosso. "Conseguimos, também, junto às tradings atingir o valor da tabela do frete, que deverá ser estendido para outros Estados. Além disso, há um canal aberto com a Amaggi que deverá fazer uma reunião com a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) e nós deveremos participar para fazer um planejamento de frete”, completa Baitaca.
Vale ressaltar ainda que as negociações dessa quarta-feira não significam o fim de todas as paralisações do no Mato Grosso, já que não foi assinado nenhum documento que garante o cumprimento dos acordos. Segundo Baitaca em Barra dos Garças e Matupá ainda há caminhoneiros aguardando o fim da reunião com o governo do estado.
A exemplo das manifestações ocorridas no Mato Grosso, caminhoneiros de todo o país deram início a protestos em diversos estados nos últimos dias. Foram registrados bloqueios na região sul, sudeste e nordeste do país. Os protestos também tinham como objetivo a aprovação da PL 528/2015 e a redução no preço do diesel. Até o momento não há informações se os protestos em outros estados irão continuar.
Confira na íntegra o áudio de Gilson Baitaca:
TEXTO: Lucas Duarte