A diretoria da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) recebeu na quinta-feira (23), a visita de representantes do Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens do Estado do Paraná (Sindicam-PR), do Sindicam-Paranaguá e da Federação Nacional dos Caminhoneiros (Fenacam). O objetivo da visita foi pedir o apoio da Appa junto aos órgãos federais e estaduais, para inibir a prática criminosa da “vazada”.
A bica dos caminhões é aberta visando o furto da carga mercadorias. A incidência maior da prática ocorre no trecho urbano da BR-277, na entrada de Paranaguá.
“Nós estamos buscando o apoio da Appa no sentido de aumentar a segurança em trechos da BR-277 que levam ao Porto de Paranaguá, devido ao número de caminhoneiros que estão tendo suas cargas furtadas”, declarou o presidente do Sindicam – PR, Laerte Freitas. O Sindicato conta com 12,8 mil associados, todos caminhoneiros autônomos – que são donos dos veículos – em 399 municípios do Paraná.
“O motorista sai da origem com uma quantidade de soja e, dependendo da quantidade que é vazada do caminhão, o caminhoneiro nem chega a receber, ficando sem a remuneração pelo seu serviço”, disse Laerte Freitas.
MEDIDAS
Para garantir a segurança do escoamento da safra de grãos 2017, a Appa e a Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária estão discutindo ações conjuntas para inibir a “vazada”.
“O grupo está avaliando medidas de segurança que devem ser tomadas para evitar a abertura de bicas dos caminhões. O objetivo é evitar o furto de cargas e as ações fazem parte da Operação Safra 2017”, afirmou o diretor-presidente da Appa, Luiz Henrique Dividino.
SAFRA
O crime chamado de “vazada” é uma prática que ocorre principalmente no período de início de safra, quando o fluxo de caminhões que chegam para descarregar em Paranaguá aumenta. Apenas entre os dias 01 de janeiro a 22 de fevereiro, 57.409 caminhões passaram pelo Pátio de Triagem do Porto de Paranaguá.
As cargas mais visadas são grãos e fertilizantes. Normalmente, o furto ocorre durante a noite ou quando o caminhão está trafegando em baixa velocidade. Os criminosos rompem as bicas, que ficam na parte traseira, derramando parte da carga pela rua, muitas vezes sem que o motorista perceba. Imediatamente, outros recolhem e levam para depósitos clandestinos nas imediações do porto.
Para o presidente da Federação Nacional dos Caminhoneiros (Fenacam) e Presidente do Sindicato dos Caminhoneiros de São José dos Pinhais, Plínio Dias, mesmo não sendo de responsabilidade do Porto a segurança nas rodovias, o apoio do setor portuário é fundamental.
“Soubemos que já houve uma união entre os órgãos de segurança responsáveis para evitar a ocorrência destes crimes que causam grandes prejuízos aos caminhoneiros. No entanto, precisamos que as operações de segurança sejam frequentes”, ressaltou.