A fabricante de implementos rodoviários, vagões e autopeças Randon registrou prejuízo líquido de R$ 48,5 milhões no quarto trimestre de 2016, com aumento de 130,9% na comparação anual.
A receita líquida somou R$ 622,4 milhões de outubro a dezembro, queda de 23,6% em relação ao mesmo período de 2015.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) foi de R$ 1,03 milhão no período, queda de 95,2%.
No acumulado de 12 meses, a Randon registrou avanço de 172,9% no prejuízo, para R$ 67,2 milhões, e recuo na receita de 15,3%, para R$ 2,62 bilhões.
A companhia Caxias do Sul (RS) informou que foi surpreendida negativamente com os números do último trimestre do ano passado, que historicamente apresentam bom desempenho.
“No entanto, a quebra da safra ocorrida pela estiagem deu um duro golpe nas previsões mais otimistas. Outubro foi o mês mais fraco do ano na venda de caminhões e implementos, reagindo levemente em novembro e sendo parcialmente recuperado em dezembro”, indicou a companhia em seu balanço.
A companhia também destacou uma baixa contábil de R$ 20 milhões na divisão de autopeças, que ofuscou o recuo 24,8% nas despesas com vendas e 28,4% nas despesas administrativas do trimestre.
A companhia também divulgou suas projeções para 2017, apontanto receita líquida consolidada de R$ 2,8 bilhões, receitas no exterior de US$ 240 milhões e investimentos de R$ 100 milhões.
"Exercícios desafiadores"
O diretor financeiro e de relações com investidores da Randon, Geraldo Santa Catharina, disse que os últimos exercícios “foram desafiadores e impuseram à companhia medidas difíceis e complexas em prol da adequação ao impacto da economia nos negócios”.
Por outro lado, a empresa diz que tem se esforçado no controle de custos. “A Randon está ingressando numa nova era”, diz o presidente, David Abramo Randon, referindo-se à política de gestão de custos, gestão e processos.
Para enfrentar a longa fase de queda de demanda no mercado doméstico, a direção da Randon informa que tem intensificado as ações nos mercados internacionais. Entre as iniciativas está em andamento o projeto para aumentar as exportações pelo sistema de envio do produto em partes a ser montado no local de destino (o chamado CKD).
No ano passado, a receita líquida consolidada da Randon atingiu R$ 2,6 bilhões, 15,3% menor quando comparada ao ano anterior. A divisão autopeças respondeu por 50,1% das receitas e a divisão implementos por 44,4%, enquanto os serviços financeiros representaram 5,5%. A participação menor (5,6 pontos percentuais) da área de implementos na receita é creditada à redução de 20,8% no volume de vagões faturados.
Em 2016, as exportações da companhia somaram US$ 151,6 milhões, uma queda de 4,2% em relação a 2015. As unidades externas faturaram US$ 113,6 milhões (planta de veículos rebocados na Argentina e as unidades controladas pela Fras-le no exterior – EUA e China), o que totalizou US$ 265,2 milhões em 2016 ou 11,9% menor do que em 2015.
A divisão que engloba veículos rebocados, vagões ferroviários e veículos especiais (retroescavadeiras, caminhões fora-de-estrada e minicarregadeiras) da Randon somou uma receita líquida de R$ 1,2 bilhão no ano passado. A venda de semirreboques representou 65,1% dos negócios desta divisão em 2016. Integrado pelas empresas Castertech, Fras-le, JOST, Master e Suspensys (filial da Randon S.A Implementos e Participações), o segmento de autopeças somou R$ 1,3 bilhão em receita líquida consolidada.
Representado pelas empresas Randon Consórcios e Randon Investimentos (Banco Randon), que dão sustentação às vendas e acesso a crédito e financiamento, o segmento de serviços financeiros respondeu por 5,5% da receita líquida consolidada.
FONTE: Valor Econômico