Cerca de dois mil caminhões e carretas estão parados por falta de serviço no Espírito Santo, segundo o Sindicato das Empresas de Cargas e Logística. Em consequência, 600 caminhoneiros já foram demitidos.
O pátio de uma transportadora em Iconha, no Sul do estado, que era para estar vazio, conta com 15 caminhões estacionados, dos 50 que a empresa tem.
“É muito triste. A situação é essa aqui. Falta de serviço não tem preço e a situação está precária”, disse o motorista Pedro Paulo Rangel.
Da frota da transportadora, dois caminhões já foram vendidos e, se a situação continuar do mesmo jeito, o número de funcionários da empresa também vai ter que ser reduzido. “Do jeito que está indo, vai ter que demitir mesmo”, falou o condutor.
Pedro Paulo contou que, mesmo ainda empregado, tem medo de demissão. Antigamente, ele ficava dois dias parado, em casa. Hoje, chega a ficar 15 dias sem trabalho.
Segundo o presidente da Associação dos Caminhoneiros do Sul do estado (Ascames), João Neto, o movimento caiu 50% no município de Iconha. “O mercado brasileiro não está tendo produtividade. Aqui, passava muita carga da Petrobras, mas está tudo devagar, atrapalha a economia do município”, destacou.
Além do preço do frete desatualizado, a R$ 2,10 por quilômetro, e o preço do diesel em alta, hoje, os caminhoneiros começam a pagar a mais pelo pedágio na BR-101, que teve o valor reajustado.
O motorista Jone do Nascimento é autônomo e, para ele, está cada vez mais difícil seguir na profissão. Dos quatro fretes que fazia por mês, hoje, só faz a metade, sem contar com a defasagem do preço. “O frete vai lá embaixo e, com o preço do diesel, gasta tudo aí”, destacou.
FONTE: G1