Mais de 25 mil trabalhadores do setor de transporte de cargas do estado do Paraná podem ficar desempregados no segundo semestre de 2017. É essa, pelo menos, a preocupação da Fetranspar, a Federação das Empresas de Transportes de Cargas do Estado do Paraná. Segundo a entidade, essa é apenas uma das consequências esperadas caso o governo federal suspenda a desoneração da folha de pagamento a partir do mês de julho. O fim do benefício faz parte das soluções para a contenção de gastos anunciadas em março pelo Palácio do Planalto.
A desoneração da folha de pagamento começou a valer em 2011 e, desde então, permite que as empresas optem pelo recolhimento do INSS com um percentual sobre o faturamento bruto em alíquotas que variam de 1% a 4,5% ou 1,5% sobre a folha de pagamento. Bem diferente da forma antiga, que determina uma alíquota de 20% sobre os salários. Ao todo, no Estado, são 22 mil empresas atuando no setor com cerca 260 mil postos de trabalho ativos. Número esse que encolher até 10%, de acordo com o presidente da Fetranspar, Sérgio Malucelli.
A desoneração foi implementada com a intenção de ajudar o país a enfrentar a crise econômica com a geração de emprego e renda. Como a situação, de lá para cá, só piorou, as entidades de classe do setor se organizam para tentar fazer o governo federal mudar de ideia, até porque o fim do benefício deve impactar toda a população do país.
Nesta semana, o presidente nacional da associação que representa o setor, José Hélio Fernandes, se reuniu em Brasília com o senador Airton Sandoval (PMDB-SP). O parlamentar é o relator da medida provisória 774, que trata da reoneração e, no encontro, recebeu um estudo sobre o impacto negativo que o fim da desoneração vai trazer para a atividade. A expectativa do governo é de que a medida, que afeta outros 50 setores da economia, ajude na recuperação das contas públicas com a entrada de R$ 4,8 bilhões ainda em 2017.
FONTE: Band News