Após o primeiro dia de bloqueio contra o aumento dos combustíveis, realizado nas principais rodovias federais que cortam Mato Grosso, nesta terça-feira (1), os caminhoneiros esperam que o movimento tenha maior adesão a partir desta quarta-feira (2).
Somente hoje, quatro pontos das rodovias que cortam os municípios de Sinop (500Km ao Norte de Cuiabá), Barra do Garças (509 Km ao Leste), Vila Rica (1.259 Km a Nordeste) e Sorriso (420 km ao Norte) foram bloqueados como protesto pela elevação da alíquota de PIS e Cofins sobre os combustíveis.
O aumento foi determinado pelo Governo Federal no último dia 20 e, na prática, a tributação sobre a gasolina subiu R$ 0,41 por litro, sobre o diesel subiu em R$ 0,21, enquanto o etanol subiu R$ 0,20 por litro.
De acordo com representante da categoria, Gilson Baitaca, a manifestação foi tranquila e sem registro de nenhum tipo de ocorrência. O protesto teve início logo pela manhã, com o bloqueio do trânsito de veículos pesados, exceto aqueles que carregam carga viva ou produtos perecíveis. Os demais veículos trafegam normalmente.
No KM-747 da BR-163, em Sorriso, a pista foi liberada temporariamente às 16h04, nos dois sentidos. Já no KM-854 da BR-163, em Sinop, a faixa sentido norte permaneceu interditada durante todo o dia. Somente no período noturno é que o trânsito foi liberado para todos os veículos. “Não permanecemos com o bloqueio no período noturno, porque isso é um desgaste tanto para quem bloqueia, quanto para os caminhoneiros que aguardam. E nós também não queremos gerar conflito. Não queremos que isso aconteça. Por isso, temos orientado a todos, procurando sempre atuar com estratégia”, afirmou.
Diante do cenário, segundo Gilson, a expectativa é de ampliação do movimento. Isto porque vários caminhoneiros têm entendido a importância do protesto contra o aumento que já está refletindo, inclusive, nas condições de trabalho, visto que o valor faturado é inversamente proporcional ao custo financeiro gasto para o frete. “Amanhã deve ter mais força, pois hoje foi um protesto tranquilo em que houve, inclusive, a adesão de muitos caminhoneiros que entenderam nossos motivos. Por isso, a nossa expectativa é que o protesto seja maior, mas isso depende também do nível de participação nacional”, disse.
Ainda segundo Gilson, não somente os caminhoneiros, mas toda a população, deveria aderir ao protesto, pois a priori, o aumento atinge a categoria de transporte. Porém, vai refletir quando o valor for repassado aos produtos. “O transporte sozinho não vai conseguir barrar o aumento, pois dentro do próprio setor não há consenso. As grandes empresas que cobram valor fechado para o frete não se importam com o autônomo que cobra por transporte. Nessa conta, somente o mais fraco está no prejuízo. Mas a briga deveria ser de toda sociedade, mas no fim, independente de quem ganha, tudo cai nas custas da população”, encerrou.
FONTE: Folhamax