O intenso movimento de visitantes com decisão de compra e os negócios fechados já durante os cinco dias da FENATRAN – Salão Internacional de Transporte Rodoviário de Cargas superaram as expectativas de expositores e da organização. A perspectiva desde o início era a de que a 21ª edição do Salão acompanharia os sinais positivos emitidos pela economia do país. “Pelo retorno que tivemos dos expositores, essa edição foi uma virada para o setor, e se consolida como a melhor plataforma de negócios em transportes de cargas e logística”, avaliou Gustavo Binardi, diretor de eventos da Reed Exhibitions Alcantara Machado, organizadora Salão. O setor de transporte e de logística é um dos principais sinalizadores de desempenho da economia e, considerando a movimentação registrada na FENATRAN 2017, em sinergia com a MOVIMAT 32ª edição do Salão Internacional da Logística Integrada, que se encerrou na quinta-feira, dia 19 de outubro, há fortes indícios da retomada do crescimento.
O público, que superou os 50 mil visitantes esperados, pode ver as novidades em produtos e serviços preparadas pelos 350 expositores e especialmente pelos principais fabricantes de caminhões, implementos rodoviários, autopeças, empresas de gestão de frotas e postos de combustíveis. Todas as sete marcas de caminhões que estiveram presentes na FENATRAN fecharam negócios, informou o presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Antonio Megale. “O Salão foi um grande sucesso, tanto de público quanto no resultado comercial. As marcas estão aproveitando o momento de alavancagem da economia para retomarem a produção que estava parcialmente paralisada, e os frotistas estão aproveitando para renovar seus veículos”, afirmou. Megale disse ainda que a avaliação dos fabricantes sobre a organização do evento e sobre a infraestrutura do pavilhão também foram muito positivas.
Na avaliação da ANFIR (Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários) o Salão também foi bastante positivo. “A FENATRAN consolidou o movimento de recuperação que a indústria está experimentando nos últimos meses”, afirmou Alcides Braga, presidente da entidade. Durante o evento as empresas associadas realizaram negócios nos dois segmentos. No setor Leve (carroceria sobre chassis) foram negociadas em torno de 150 unidades e no segmento Pesado (reboque e semirreboque) aproximadamente dois mil produtos. Além disso, são esperados para os próximos meses a venda de cerca de 1.200 produtos, na sua maioria pesados. Braga também é diretor da Truckvan, que, de acordo com ele, acompanhou o forte movimento do Salão. “Abrimos muitas negociações novas e novos contatos com clientes, com isso, já fechamos várias encomendas”, adiantou.
A palavra “sucesso” também integrou a avaliação do presidente da NTC&Logística, José Hélio Fernandes. Para ele, a FENATRAN 2017 “superou as expectativas”. “Acredito que essa pode ser considerada a FENATRAN da virada. Um marco na retomada da economia após uma crise sem precedentes. Estamos todos muito otimistas e esperançosos de que dias melhores virão”, disse. Fernandes afirmou ainda que todos os segmentos envolvidos com o transporte rodoviário de cargas demonstraram a intenção de voltar a investir.
Bastante entusiasmado com os resultados do Salão, o diretor da área comercial da Volvo Caminhões, Bernardo Fedalto, também afirmou que o evento foi um “marco”. "Calculamos a venda de cerca de R$ 600 milhões em veículos, por volta de 1500 unidades, que devem ser comercializados a partir dessa edição, fora os R$ 300 milhões em serviços. Destacamos também que a taxa de conversão dos atendimentos foi de mais de 50% em 2017, número inédito. Recebemos muitos clientes médios e grandes, com lotes de 20, 30, 40 veículos”, afirmou. Taxa de conversão de atendimentos é o volume de negócios efetivamente realizados.
Na Scania, segundo seu diretor-geral Roberto Barral, desde o início do ano a marca vinha registrando bons resultados e na FENATRAN a boa expectativa foi totalmente comprovada. “Percebemos o sentimento de otimismo em todos os clientes que vieram ao nosso estande”, ressaltou. Barral disse ter ficado surpreso com o índice de aceitação do serviço inédito de manutenção, apresentado no Salão, que acompanhou os veículos vendidos da marca. Apesar de ser optativo, 90% dos clientes que fecharam negócios na Scania compraram também esse serviço.
Para o diretor de Vendas e Marketing para Caminhões da Mercedes-Benz Brasil, Ari Gomes de Carvalho, a FENATRAN “foi melhor do que a encomenda”. “Recebemos um fluxo de clientes maior do que esperávamos. O mercado despertou, e o evento simboliza essa transformação. O que posso adiantar é que, muito provavelmente, zeramos nosso estoque de dois mil veículos que possuíamos antes do Salão”, comentou. Segundo Carvalho, os clientes vieram à FENATRAN com a intenção de renovar a frota ou ampliá-la por conta de novos contratos. “E a MOVIMAT, ao ser realizada simultaneamente, também atraiu para o pavilhão um público que não viria visitar os veículos”, afirmou.
“Conseguimos realizar vendas efetivas e todos os pedidos feitos durante o Salão são de clientes com alto potencial de compra, e que certamente contribuirão para o crescimento das nossas operações no Brasil”, revelou o diretor Comercial da DAF Caminhões Brasil, Luis Gambim. A MAN também elogiou a qualidade dos visitantes e pelo poder de decisão de compra. “Teve um público muito grande que veio querendo fechar negócio, o que ficou muito acima da nossa expectativa inicial. O nosso estande ficou lotado de segunda a sexta”, afirmou diretor de vendas de caminhões, Antonio Cammarosano Filho.
Para a Iveco, a FENATRAN deu uma boa injeção de ânimo no setor. “Esse Salão trouxe o que não víamos há um bom tempo: gente sentando para fazer negócios e, principalmente, falar de coisas positivas, otimistas. Nos deu uma grande esperança, a de que quem precisa dos nossos produtos está deixando a crise para trás”, disse o gerente de Marketing Mauricio Correa.
Implementos e serviços
O movimento no estande da Sascar, empresa do Grupo Michelin, foi “além das expectativas” gerando ótimas oportunidades de negócios, segundo o diretor de Marketing, Bruno Portnoi. “Os novos relacionamentos e os contatos com os clientes feitos durante a feira nos dão a certeza de bons negócios a curto e médio prazo”. Portnoi considerou muito oportuna a realização da FENATRAN em conjunto com a MOVIMAT. “Conseguimos atender aos dois públicos. Para nós isso foi e é um agregador e intensifica nossos negócios”.
O gerente de Marketing e Gestão de Rede da Randon Implementos, Claude Padilha, afirmou que a participação da empresa na FENATRAN foi planejada para trazer produtos inovadores e oportunidades de negócios para os clientes. “Ficamos muito satisfeitos com os resultados, iniciando negociações diretas para futuras vendas”, completou.
A presença estrangeira na FENATRAN foi destacada pelo assessor técnico da diretoria da Lavrita Vitor Mutton. "Além de um público muito interessado daqui do Brasil, recebemos muitos visitantes de toda América Latina, como Chile, Argentina, Uruguai, Peru, Costa Rica, Cuba, Guatemala, Bolívia, Panamá, entre outros países. O público é bem qualificado, e a realização junto da MOVIMAT atrai um pessoal que não viria nos visitar". Na Planalto, a presença do público também surpreendeu. Segundo o diretor comercial, Danillo Lisboa Mattos, houve uma visitação “maciça”, com “alta procura de clientes do Brasil e de fora”.
De acordo com o supervisor regional de vendas da Zegla, Luiz Carlos Prigol, a empresa conseguiu comercializar entre R$ 120 mil e R$ 130 mil. “Recebemos aqui muitos compradores de fora: chilenos, colombianos, bolivianos, peruanos. O saldo é superpositivo”, destacou.
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