Depois de alguns rumores e atrasos, a Tesla finalmente apresentou ao mundo o novo Tesla Semi, seu primeiro caminhão elétrico. Anunciado na noite desta quinta-feira (16), o monstrão do asfalto chega com a pompa de um passo adiante rumo a um futuro em que a queima de combustíveis fósseis se tornara obsoleta.
Com uma aerodinâmica arrojada e com cara de futurista, o Semi promete cortar o vento e otimizar ao máximo a sua bateria, podendo rodar continuamente por até 800 quilômetros (e isso carregando até 36 mil quilos em sua carroceria). Mas se o visual aprimorado da cabine do caminhão é garantido graças ao uso de fibra de carbono, a grande surpresa fica mesmo com a parte de dentro.
Como em um carro esportivo ou mesmo em um Fórmula 1, o motorista do caminhão agora se posiciona no centro da cabine, não em uma das laterais. O ambiente é bem espaçoso e oferece 198 cm de altura, permitindo que a maioria das pessoas permaneça em pé dentro dela sem nenhum problema.
Diante de si, o motorista vê um painel com duas telas de 15 polegadas sensíveis ao toque com informações respeito de localização, velocidade e até imagens de pontos cegos ao redor da máquina. O único botão físico disponível serve para ligar as luzes do veículo, com as demais operações sendo realizadas por meio dos dois displays fixados nas laterais do volante.
Potência, autonomia e economia
A Tesla não revelou a capacidade da bateria equipada no Semi, mas ela ocupa um espaço que vai da base do veículo até o seu segundo nível, no espaço à frente do volante. O veículo alcança velocidade máxima de 105 km/h, indo de 0 a 95 km/h em apenas 20 segundos, mesmo quando carregado. E tudo isso graças aos três motores de 258 cavalo-vapor cada iguais ao do Tesla Model 3 presentes na parte traseira da cabine, garantindo potência total de 1.302 cv
Como um bom veículo fabricado pela Tesla, conhecida especialmente por seus carros autônomos, o Semi também é capaz de se autoguiar. Isso ao menos em rodovias, onde o caminhão consegue se manter automaticamente em linha reta e a uma boa distância dos demais veículos que circulam junto com ele.
De acordo com a Tesla, os custos com combustível do Semi chegam à metade daqueles de um caminhão movido a diesel e com as mesmas condições e potência. Com menos sistemas para manutenção, o Semi oferece economia de mais de US$ 200 mil e “se paga” em um período de dois anos graças a isso.
Em um trecho de 100 milhas (160 quilômetros), o caminhão da Tesla deve consumir US$ 1,26 por milha (a cada 1,6 km), enquanto um veículo movido a diesel faz o mesmo consumindo US$ 1,51. No total, um trecho de 100 milhas geraria uma economia de US$ 25, algo que pode resultar em valores ainda mais significativos ao final de um ano.
O desafio
Vender carros é diferente de vender veículos. Para alguns isso pode parecer óbvio, mas é preciso lembrar que o apelo em torno de um veículo moderno e sustentável, majoritariamente direcionado a uso recreativo, é totalmente distinto daquele envolvendo um caminhão, basicamente uma ferramenta de trabalho para os seus donos.
Assim, o apelo para a economia gerada pelo veículo, e até a previsão de que isso por si só é capaz de pagar o próprio caminhão em apenas um par de anos, é essencial para a estratégia da Tesla. Um caminhoneiro autônomo ou uma empresa do ramo de transporte de cargas busca sempre uma máquina capaz de combinar preço, economia e capacidade, algo que, no médio e longo prazo, a Tesla parece oferecer.
Há aqui a questão da conveniência: postos que oferecem recargar elétrica não são tão convencionais quanto aqueles vendendo combustíveis fósseis. Entretanto, Elon Musk garante que o seu novo veículo é capaz de oferecer um alcance de cerca de 650 km de autonomia com uma recarga de apenas 30 minutos, um desempenho considerável.
De qualquer forma, é com esses obstáculos em mente que Musk tenta adentrar em um novo mercado. O Tesla Semi ainda está em fase de reservar, mas o seu preço final não foi revelado, mas, para garantir quatro modelos, uma empresa dos Estados Unidos fez um depósito de US$ 20 mil (US$ 5 mil por unidade). A Tesla promete iniciar a produção do Semi apenas em 2019.
FONTE: Tecmundo