A poluição do ar tem sido responsável pela morte prematura de milhões de pessoas em todo o mundo. Segundo o relatório do periódico científico The Lancet, publicado recentemente, mais de 6,5 milhões de mortes foram registradas em 2015. O estudo estima ainda que o prejuízo causado é de U$ 4,6 trilhões de dólares anuais.
No Brasil, a situação também é crítica e soma-se ao cenário de crise econômica do país que fez com que os investimentos em tecnologias e soluções para o combate do problema fossem reduzidos. O grande exemplo disso é o ARLA 32, agente redutor líquido automotivo. A utilização desse produto nos veículos produzidos a partir de 2012, para atender a legislação do PROCONVE P7, deixou há muito tempo de ser apenas um caso ligado a práticas ambientais, é lei e vem sendo encarado também como uma questão criminal. Todavia, a utilização do ARLA 32 tem sido alvo de burlas e fraudes praticadas por motoristas e transportadoras desde sua implementação.
A AFEEVAS (Associação dos Fabricantes de Equipamentos para Controle de Emissões Veiculares da América do Sul) realiza periodicamente um estudo para verificar os níveis de consumo do ARLA 32 no comparativo com o Diesel S-10 - combustível utilizado pelos caminhões novos que necessitam do agente para terem suas emissões reduzidas. De acordo com a análise do terceiro trimestre de 2017, divulgada hoje, houve uma redução de cerca de 10% no déficit de consumo do ARLA 32 em comparação com o Diesel S-10. Ou seja, atualmente 45% do mercado não utiliza o produto da maneira adequada.
Para combater essa situação, diversos órgãos e entidades do setor estão promovendo ações de fiscalização mais incisivas para punir motoristas, transportadoras e empresas que praticam o crime. Como destaque, uma operação de fiscalização realizada pela Polícia Militar de São Paulo no último mês que fiscalizou 95 caminhões e autuou 12 infratores que trafegavam pela capital com ARLA 32 adulterado.
Outra operação importante foi a ação da Polícia Rodoviária Federal que, em parceria com o IBAMA, fiscalizou a garagem de uma transportadora localizada em São Manoel, interior de São Paulo. Foram apreendidos 20 emuladores de ARLA 32 e cinco caminhões com o equipamento instalado. Além disso, uma fabricante de ARLA 32 localizada em Matão e que, em junho desse ano havia sido lacrada e multada em R$ 100 mil por produção do agente redutor fora das especificações, foi flagrada operando novamente sem autorização. O IBAMA notificou a empresa por descumprimento de embargo. As multas aplicadas durante a operação totalizaram R$ 323.170,00.
A associação faz um alerta aos motoristas e transportadoras que burlam o uso do produto, pois além dos danos ao meio ambiente e ao veículo, estão sujeitos às implicações legais como multas, prisões e apreensões aplicadas pelo IBAMA, PRF e PM. Além disso, a AFEEVAS recomenda que os motoristas verifiquem a procedência do ARLA 32 comprado e utilizem apenas marcas reconhecidas no mercado, pois a utilização de soluções caseiras ou de origem duvidosa podem causar um prejuízo de mais de R$ 20 mil para a troca do sistema de injeção de ARLA 32 e catalisador.
FONTE: Divulgação