Facchini


RJ registra, em média, 23 roubos de carga por dia

Os roubos de carga não dão trégua e vêm causando grandes prejuízos para a população e para o estado do Rio de Janeiro. Quadrilhas especializadas neste tipo de crime atacam motoristas a qualquer hora do dia e deixam comunidades sitiadas. Em média, são 23 casos por dia no estado - praticamente um a cada hora.
Só nos primeiros 12 dias deste ano, o Rio de Janeiro teve 281 roubos de carga. Desde 2013, o número de ocorrências não para de subir. Em 2017, até novembro, foram mais de 9,4 mil roubos - um aumento de 10,5%.
A polícia já sabe que os roubos de cargas se tornaram um braço financeiro do tráfico de drogas em várias favelas do Rio.
De acordo com a Fetranscarga, os produtos mais visados pelos ladrões são alimentos, bebidas, medicamentos, produtos farmacêuticos, eletroeletrônicos e autopeças. Este tipo de crime virou um grave problema econômico para o estado.
O economista Fábio Bentes, da Confederação Nacional do Comércio (CNC), pesquisou o impactos nos preços de alguns produtos vendidos no comércio e constatou uma espécie de "taxa do crime". Segundo ele, o consumidor final acaba pagando mais caro pelo aumento dos custos com seguro, equipes de segurança e cobertura de prejuízos de assaltos.
Sem os roubos, conforme o levantamento da CNC, a cenoura poderia ficar 4,4% mais barata e a pescada, 2,3%. Na gasolina e no gás de cozinha, a queda seria de 1,6 %. Esses índices podem até parecer pequenos, mas como atingem vários ítens de toda a cadeia de distribuição o prejuízo é enorme. Foram mais de R$ 2 bilhões nos últimos seis anos.
O peso dos roubos de carga sobre os preços praticamente empata com a influência da variação cambial do dólar, conforme enfatizou o economista Fábio Bentes, da CNC.
"É um peso relevante de cerca de 6% da variação dos preços dos produtos que o comércio vende no Rio de Janeiro e que pode ser atribuído ao aumento do roubo de cargas", ressaltou.
Basta uma conversa rápida com qualquer caminhoneiro para ver que o medo é companheiro constante da boleia, quando a viagem é para o Rio. E é esse sentimento que tem obrigado os caminhoneiros a adotar medidas extremas. Desde evitar trazer certas cargas, por exemplo, até deixar de viajar para o Rio.
Na sexta-feira passada, o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, se reuniu com quatro ministros e comandantes das Forças Armadas pra discutir medidas de combate à onda de violência no estado. Foi assinado um acordo com metas. O governo federal prometeu ajudar no patrulhamento das estradas, mas nenhuma outra ação imediata foi divulgada.
FONTE: G1 
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