Liderados pela CNT (Confederação Nacional do Transporte), representantes do setor transportador brasileiro se reuniram na tarde desta quarta-feira (4), em Brasília, com o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann. Os objetivos foram de apresentar a situação alarmante de insegurança que vem afetando a atividade transportadora no país e solicitar ao novo ministério que sejam priorizadas políticas públicas de enfrentamento do problema.
A insegurança no setor de transporte tem impacto direto no escoamento da produção, no abastecimento das famílias e no desenvolvimento de todos os setores da economia. Os números demonstram o impacto da violência sobre o setor transportador, que soma prejuízos superiores aos R$ 18 bilhões.
Prejuízos em números
As deficiências no sistema de segurança pública afetam todo o setor transportador embora a situação seja mais grave no transporte de cargas e no transporte urbano de passageiros.
Entre 1998 e 2017, foram registrados mais de 285 mil casos de roubo de cargas em rodovias de todo o Brasil, totalizando um prejuízo de R$ 16,3 bilhões. Os Estados do Rio de Janeiro e de São Paulo concentram 82,3% das ocorrências.
A quantidade de roubos de cargas também está crescendo no modal aquaviário, especialmente nas hidrovias da Região Norte. De 2011 a 2017, o número de casos mais que dobrou, passando de 13 mil para 26.270 ocorrências de roubos de cargas em rios da região com prejuízo calculado em mais de R$ 100 milhões.
Nos centros urbanos, a insegurança no transporte rodoviário de passageiros representa alto risco para passageiros, empresários e trabalhadores do setor.
Quase 2.200 ônibus foram incendiados durante protestos e em ações de criminosos, entre 2004 e 2018. O caso mais recente ocorreu agora em março, em Fortaleza (CE), onde cinco ônibus foram queimados em um único dia, causando pânico e perdas para toda a sociedade.
Em decorrência dos ataques a ônibus, os prejuízos dos transportadores chegam a R$ 1,6 bilhão (no período de 1998 a 2018). Além disso, nos últimos 30 anos, 20 pessoas morreram, 61 ficaram feridas e, em média, 1,08 milhão de passageiros/dia deixaram de ser transportados em decorrência de ações violentas contra o transporte rodoviário de passageiros.
O setor clama por segurança. Segurança no transporte representa progresso, estabilidade e bem-estar para todos.
Artigo: Clésio Andrade - Presidente da Confederação Nacional do Transporte