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Abcam nega acordo com o Governo Federal e afirma que greve de caminhoneiros continuará

Logo após o Governo Federal anunciar um acordo com entidades que representam caminhoneiros na noite desta quinta-feira (24), com o objetivo de suspender por 15 dias a paralisação nacional do transporte rodoviário de cargas, a Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam) revelou que se recusou a assinar o acordo. 


Em vídeo, o presidente da entidade que representa cerca de 700 mil caminhoneiros em todo o país, José da Fonseca Lopes, destacou que a principal reivindicação da entidade é o zeramento de impostos incidentes sobre o óleo diesel (PIS/Cofins e CIDE), entretanto, na reunião desta quinta-feira (24) o Governo Federal e demais presentes na reunião decidiram negociar medidas totalmente diferentes da proposta inicial. 
O presidente destacou ainda que os presentes na reunião decidiram apoiar o governo através de um voto de confiança, aceitando aguardar por 90 dias estudos realizado pelo Governo Federal sobre as reivindicações e seus impactos sobre a economia. Diante deste apoio, a Abcam e seus representantes recusaram apoio e se retiraram da reunião. No vídeo, o presidente da entidade destaca ainda que a recusa reforça o compromisso com os caminhoneiros. 
Por fim, José da Fonseca Lopes, recomenda que todos os caminhoneiros paralisados em diversas rodovias federais e estaduais de todo país pensem bem sobre o que foi reivindicado frente ao que foi proposto no acordo e avaliem sobre a necessidade continuar com a paralisação. Se sim, a entidade reitera seu apoio aos caminhoneiros e afirma que a greve nacional continuará nos próximos dias. 
Vale lembrar que o acordo assinado na noite desta quinta-feira (24) por entidades que se apresentaram como representantes dos profissionais do setor, não garante de imediato o desbloqueio das rodovias por parte dos caminhoneiros paralisados. Além disso o acordo também não assegura que os 12 pontos propostos serão colocados em prática e cumpridos pelo Governo Federal. 
Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam) foi a primeira entidade a se posicionar frente as paralisações que se iniciaram na última segunda-feira (21). No dia 14 de maio de 2018, a própria Abcam já havia protocolado ofício na Presidência da República e na Casa Civil para cobrar medidas efetivas do Governo Federal diante das frequentes altas nos preços dos combustíveis. 
Além da cobrança a entidade já havia alertado para possibilidade de greve e firmado seu apoio a todo o movimento e aos caminhoneiros que se dispusessem a aderir a paralisação nacional do transporte rodoviário de cargas. 

LEIA: Aviso de greve: Caminhoneiros dão ultimato por redução do preço do diesel

Confira o vídeo do presidente da Abcam:
TEXTO: Lucas Duarte
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