Facchini

Desabastecimento provocado por movimento dos caminhoneiros relembra greve histórica de 1995

A crise de abastecimento de combustíveis vivida nos últimos dias no país, provocada pela greve dos caminhoneiros, faz memória a outra paralisação histórica ocorrida há 23 anos. Em maio de 1995, na cidade de Cubatão, no interior de São Paulo, a Refinaria Presidente Bernardes foi ocupada por cerca de 500 petroleiros que cruzaram os braços por 32 dias. 
Na época, uma das revindicações da categoria era que a Petrobras não fosse incluída no pacote de privatizações que vinha sendo implementado pelo governo de Fernando Henrique (PSDB). 
Na ocasião, as voltas com o endurecimento do movimento pelos petroleiros, o governo determinou a intervenção do Exército. Além disso, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) já havia considerado que a greve era ilegal. Quatro outras refinarias em São Paulo e Paraná foram ocupadas pelos militares. A justificativa usada foi a normalização do abastecimento. 
Ainda sobre a ocupação na refinaria de Cubatão, o presidente do Sindicato dos Petroleiros (Sindipetro) na época, Averaldo Menezes Almeida, chegou a dizer que se as forças do Exército fossem aplicadas poderia haver uma tragédia. “Cubatão é uma bomba. O governo faria uma loucura se resolvesse invadir a refinaria”, afirmou. 
Reportagens da época relatam que 90% da categoria aderiu ao movimento. Além da contrariedade à possibilidade de privatizar a estatal, os petroleiros ainda exigiam questões salariais e ganhos de carreira. 
Nesta sexta-feira, o presidente Michel Temer anunciou que as forças federais vão atuar para liberar as rodovias. Há cinco dias os caminhoneiros que reivindicam redução no preço do diesel interditam rodovias pelo país. Como resultado dos bloqueios, mais de 90% dos postos de combustíveis em Minas já não tem mais combustíveis nos estoques. 
A situação levou uma corrida aos postos em todo o país provocando filas e caos. Como não transitam pelas rodovias, az paralisação já afeta até o abastecimento de alimentos para a população.
FONTE: Estado de Minas 
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