Afim de driblar o tabelamento do frete, determinado pela Medida Provisória nº 832 e evitar a possibilidade de arcarem sozinhos com a maior parte do aumento de custos com os fretes, agricultores passaram a discutir a possibilidade de investimento em uma frota própria de caminhões.
“Estão empurrando o mercado para esse lado. Se continuar assim, o produtor vai começar a comprar caminhões. As grandes cooperativas e os grandes produtores já têm um pouco de frota. No final, quem vai pegar o frete tabelado são as transportadoras que estão mais organizadas. O autônomo sairá prejudicado”, afirmou Juliano Schmaedecke, produtor de Sidrolândia, no Mato Grosso do Sul, ao portal Gazeta do Povo.
Já no estado do Paraná, agricultores avaliam a possibilidade de formação de uma "cooperativa de transportes", para administrar a frota própria, algo que já acontece na maior cooperativa do País, a Coamo, de Campo Mourão. “Com esses preços, não é bom negócio ficar na mão de terceirizados”, diz Márcio Bonesi, presidente da Associação dos Produtores de Soja do Paraná (Aprosoja-PR), de Goioerê, no Noroeste do estado.
Uma nota técnica recém divulgada por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), do Grupo de Pesquisa e Extensão em Logística Agroindustrial (ESALQ-LOG), alerta para os efeitos negativos que o tabelamento do frete pode gerar para os próprios caminhoneiros. “No médio prazo, com o aumento dos preços de fretes em decorrência do tabelamento, os embarcadores (donos da carga) poderão investir na aquisição de veículos para realizar as suas operações de transporte, contribuindo para reduzir a demanda de serviços de transporte terceirizados”, aponta Thiago Guilherme Péra.
De acordo com as Aprosojas, o tabelamento do frete deveria servir apenas como referência e não ser obrigatória, tendo os seus valores regulados pela oferta e demanda e sem qualquer tipo de interferência do Governo Federal, por se tratar de um mercado privado.
Impasse
O frete retorno é principal impasse que tem travado as discussões entre os agricultores, caminhoneiros e o governo federal. Segundo os produtores, até então havia descontos significativos no frete de retorno. Após a publicação da MP Nº 832, transportadores passaram a exigir o valor cheio e a recusar fretes abaixo da tabela.
O longo período de discussões e impasses sobre a tabela do frete já tem provocado efeitos no segmento agrícola. De acordo com os produtores tanto o transporte como a comercialização de produtos agrícolas seguem em ritmo lento. Em alguns casos transportadores estão aceitando descontos no valor do frete, mas sobre o aviso de que cobrarão na justiça a diferença de pagamento caso o tabelamento seja confirmado.
As negociações em Brasília entre governo, parlamentares, representantes dos produtores rurais e caminhoneiros têm sido difíceis. “Ao tentar conversar com os líderes dos caminhoneiros eles só falam em parar e fazer greve de novo. O agronegócio já está parado, sem escoar suas safras e sem receber fertilizantes. A população ficou com a alta de combustíveis, dos alimentos e do gás. Vamos ver se a população vai apoiar outra paralisação” questionou o produtor Márcio Bonesi.
TEXTO: Lucas Duarte
FOTO: Fernando Rodrigues
Com informações: Gazeta do Povo
Blog Caminhões e Carretas
Uma nota técnica recém divulgada por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), do Grupo de Pesquisa e Extensão em Logística Agroindustrial (ESALQ-LOG), alerta para os efeitos negativos que o tabelamento do frete pode gerar para os próprios caminhoneiros. “No médio prazo, com o aumento dos preços de fretes em decorrência do tabelamento, os embarcadores (donos da carga) poderão investir na aquisição de veículos para realizar as suas operações de transporte, contribuindo para reduzir a demanda de serviços de transporte terceirizados”, aponta Thiago Guilherme Péra.
De acordo com as Aprosojas, o tabelamento do frete deveria servir apenas como referência e não ser obrigatória, tendo os seus valores regulados pela oferta e demanda e sem qualquer tipo de interferência do Governo Federal, por se tratar de um mercado privado.
O frete retorno é principal impasse que tem travado as discussões entre os agricultores, caminhoneiros e o governo federal. Segundo os produtores, até então havia descontos significativos no frete de retorno. Após a publicação da MP Nº 832, transportadores passaram a exigir o valor cheio e a recusar fretes abaixo da tabela.
O longo período de discussões e impasses sobre a tabela do frete já tem provocado efeitos no segmento agrícola. De acordo com os produtores tanto o transporte como a comercialização de produtos agrícolas seguem em ritmo lento. Em alguns casos transportadores estão aceitando descontos no valor do frete, mas sobre o aviso de que cobrarão na justiça a diferença de pagamento caso o tabelamento seja confirmado.
As negociações em Brasília entre governo, parlamentares, representantes dos produtores rurais e caminhoneiros têm sido difíceis. “Ao tentar conversar com os líderes dos caminhoneiros eles só falam em parar e fazer greve de novo. O agronegócio já está parado, sem escoar suas safras e sem receber fertilizantes. A população ficou com a alta de combustíveis, dos alimentos e do gás. Vamos ver se a população vai apoiar outra paralisação” questionou o produtor Márcio Bonesi.
TEXTO: Lucas Duarte
FOTO: Fernando Rodrigues
Com informações: Gazeta do Povo
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