A crescente escassez de motoristas segue sendo um dos assuntos mais preocupantes e comentados no transporte rodoviário de cargas dos Estados Unidos. Com objetivo de conter o expressivo déficit de profissionais, transportadoras norte-americanas seguem oferecendo bônus e elevando salários de forma significativa.
Dados do National Transportation Institute confirmam os frequentes aumentos na remuneração de caminhoneiros. De acordo com o levantamento mais recente da entidade (segundo trimestre de 2018), 50% das transportadoras associadas ao instituto elevaram os pagamentos de motoristas em US $ 0,01 a US $ 0,03 por milha percorrida, 44% das empresas promoveram elevações salariais de US $ 0,04 a US $ 0,06 por milha percorrida e 6% já anunciaram aumentos expressivos que variam de US $ 0,07 a US $ 0,11 por milha percorrida.
“Aquele que tem os motoristas vence.” Esse é o comentário que Gordon Klemp, presidente do National Transportation Institute, ouviu durante a Pesquisa Nacional sobre Salários por Motoristas. Segundo Klemp, à empresas que já elevaram os pagamentos em até US $ 0,15 por milha, afim de manter o atual quadro de motoristas e atrair novos profissionais em meio a um mercado de trabalho apertado.
Os esforços para atrair novos motoristas não se restringem apenas aos aumentos salariais. Segundo a entidade outra prática que tem se tornado comum entre as empresas é o pagamento de bônus, bônus, que varia de acordo com a experiência na profissão e a produtividade, que é calculada através da quantidade de milhas percorridas. De acordo com Klemp, o pagamento de bônus tem se tornado cada vez mais comum em frotas que operam com equipes de motoristas (2 profissionais por caminhão). Nestes casos, cada equipe chega a receber um adicional de até US $ 30.000 ou mais.
Até o final do ano, Klemp diz que o pagamento de motoristas terá aumentado de 12 a 15%, um aumento significativo, mas ainda insuficiente para compensar o déficit de 16% a 19% dos salários quando ajustados pela inflação.
De acordo National Transportation Institute a crescente falta motoristas vem sendo agravada por dois fatores, primeiro pelo número recorde de profissionais que vem se aposentando e segundo pela grande dificuldade que as empresas vem enfrentando na competição por motoristas no mercado de trabalho.
Atualmente, os caminhões são responsáveis pelo transporte de 70% de toda a tonelagem movimentada nos Estados Unidos. Estima-se que a falta de profissionais pode chegar à 174.000 até 2026, segundo os dados recentes da American Trucking Associations (ATA).