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Governo norte-americano volta atrás e não irá liberar caminhões recondicionados

Após grande pressão de ambientalistas e três grandes montadoras, o governo dos Estados Unidos anunciou na última semana que manterá a restrição de comercialização de “glider trucks”. A flexibilização das regras impostas durante o governo de Barack Obama era uma promessa de campanha do atual presidente norte-americano, Donald Trump. 

Os “glider trucks” são veículos pesados recondicionados que passam por uma espécie de restauração, que prioriza a aparência externa de cada modelo mas mantêm a mecânica original. No caso dos "glider truck", cabine, peças do chassi e outros componentes são adquiridos novos, mas o conjunto motriz é remanufaturado em seguida o veículo é colocado a venda novamente no mercado com uma diferença de até 25% no custo em relação a um caminhão zero quilômetro.

Entretanto a polêmica sobre os “glider trucks” não está relacionada a qualidade com que o serviço de recuperação é feito, que inclusive é bastante comum nos Estados Unidos, graças a presença de diversas empresas especializadas na remanufatura de caminhões. 

A principal questão em torno dos “glider trucks” está relacionada a questões ambientais, especialmente a poluição. De acordo com a EPA, agência ambiental americana, os caminhões recondicionados emitem até 450 vezes mais particulados de diesel e até 40 vezes mais óxidos de nitrogênio do que os caminhões novos. Por conta disso, chegou-se a conclusão de que a economia de alguns (transportadores) se torna um prejuízo coletivo (população em geral). 


Diante destas estatísticas e da forte pressão das fabricantes Volvo, Cummins e Navistar que já vinham se opondo a flexibilização da comercialização de “glider trucks” anunciadas na campanha de Donald Trump, a EPA decidiu manter as atuais regras, que restringem a comercialização de caminhões recondicionados em apenas 300 unidades de cada marca. 

Por fim a EPA revelou ainda que caso a comercialização de “glider trucks” fosse flexibilizada até 2025, os modelos corresponderiam a 5% da frota de veículos pesados norte-americana, entretanto seriam responsáveis por um terço das emissões de gases do segmento no país. 

Estima-se que as regras estipuladas para veículos comerciais pelo governo de Barack Obama e que agora foram mantidas pela agência ambiental, reduzam em 1,1 bilhão de toneladas métricas as emissões de gases que contribuem para o efeito estufa.

TEXTO: Lucas Duarte

Caminhões e Carretas 
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