Um levantamento feito pelas concessionárias dos sistemas Anhanguera-Bandeirantes e Castelo Branco-Raposo Tavares, dois dos principais corredores viários do Estado de São Paulo, aponta que 78% dos caminhoneiros estão acima do peso. Dos 5.314 motoristas de caminhão abordados entre janeiro e setembro deste ano nas bases fixas do programa Estrada pela Saúde, desenvolvido pelo Instituto CCR, 4.167 apresentaram alteração no Índice de Massa Corporal (IMC) acima do padrão de saúde definido como ideal pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
O resultado obtido neste ano é praticamente igual ao do levantamento feito em 2017, quando 79% dos 4.063 caminhoneiros avaliados entre janeiro e junho estavam acima do peso ideal. Nos dois anos, o diagnóstico indicou que as maiores causas do sobrepeso e de outros problemas de saúde do motorista profissional são a má alimentação e a falta de atividade física.
De um ano para o outro, não foi observada melhora nesse cenário.
"A obesidade aumenta o risco de outras doenças, como pressão alta e diabetes. Isso afeta diretamente a qualidade de vida e a própria segurança dos caminhoneiros enquanto dirigem", disse o médico Mário Jorge Kodama, coordenador do Programa Estrada para a Saúde na CCR Autoban.
O médico recomenda que, além de buscar alimentação mais equilibrada, os motoristas profissionais devem se exercitar durante as viagens.
"Nas paradas, o caminhoneiro pode realizar atividades simples, como uma caminhada de 15 minutos em volta do caminhão e alongamento", disse.
As pesquisas indicam que o número de caminhoneiros acima do peso está mais elevado que a média da população brasileira. Dados da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso) apontam que o excesso de peso acomete 50% da população.
Obesidade
A obesidade é caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal. Para o diagnóstico em adultos, o parâmetro utilizado mais comumente é o IMC. Consideram-se obesas as pessoas com IMC superior a 30. Já que as que têm 25 e 29,9 são portadoras de sobrepeso.
FONTE: Estadão Conteúdo