Após manifestações de caminhoneiros terem ocorrido na manhã desta segunda-feira, 10, no Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo, entidades se posicionaram de maneira contrária à paralisação da categoria e de uma nova greve. A Confederação Nacional do Transporte (CNT) divulgou nota na qual se coloca contra a greve de caminhoneiros e reafirma seu compromisso a favor do livre mercado. Já o presidente da Fetrabens, Norival de Almeida Silva Preto, afirmou em entrevista ao Broadcast Agro que o movimento não pode atrapalhar a sociedade e nem a transição de um governo que está começando.
Os atos que ocorreram nesta manhã foram uma reação à decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, de suspender a aplicação de multas pelo descumprimento da tabela dos preços mínimos de frete até que a corte decida pela constitucionalidade da fixação de pisos de preço para os serviços de transporte rodoviário.
A maioria das lideranças ainda aguarda desdobramentos de medidas em discussão em Brasília. O movimento está dividido. Há grande insatisfação na base e líderes tentam conter uma radicalização.
A Federação dos Caminhoneiros Autônomos de Carga em Geral do Estado de São Paulo (Fetrabens) não está participando dos protestos dos caminhoneiros, apesar de acompanhar a mobilização, disse nesta segunda-feira, 10, ao Broadcast Agro o presidente da entidade, Norival de Almeida Silva Preto.
"Estamos no fim de ano, em que as famílias saem de férias e viajam para descansar. Não podemos atrapalhar a sociedade e até mesmo a transição de um governo que está começando. Não é hora de brincar com o nosso povo e com o País", defendeu Silva Preto, que também preside o Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens do Estado de São Paulo (Sindicam-SP) e é vice-presidente da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA).
"Para e por que esse movimento? Qual será o resultado para o Brasil? Respeito, mas, considero que é prejudicial ao nosso País", argumentou Silva Preto. Na avaliação da entidade, o momento é de aguardar o posicionamento do novo governo com a "credibilidade que foi concedida pela sociedade brasileira para a mudança".
Na opinião do presidente da Fetrabens, os caminhoneiros são os responsáveis pela aplicabilidade e funcionamento da tabela no momento de acordo do frete. "Nós temos de ser fiscais de nós mesmos e não carregar cargas abaixo do piso mínimo. É só exigir que a tabela seja cumprida, porque o peso e o cumprimento da lei ninguém tirou", acrescentou.
Já a CNT esclarece ainda, em nota, que nada tem a ver com o Comando Nacional do Transporte, que estaria utilizando a mesma sigla da entidade.
FONTE: Estadão Conteúdo