Rubem Penteado de Melo |
Não temos ainda no Brasil o conceito ou a cultura do “Diagrama de Distribuição de Carga” para um caminhão ou carreta. Muitos ainda acham que, se uma carreta é para 25 toneladas, não importa a posição do Centro de Gravidade (C.G.) da carga. E na verdade essa posição é que poderá ou não gerar multas no “entre-eixo”.
Por isso que mais de 90% das multas por excesso de peso no Brasil ocorrem nos eixos e não no Peso Bruto dos caminhões.
As fábricas de carrocerias e carretas deveriam fornecer esse diagrama: qual o peso máximo que posso transportar para cada posição do C.G. da carga: dentro da área hachurada não haverá excesso nos eixos. Acima dessa área: haverá problemas. A linha azul é o limite. Para cada posição de C.G. temos um valor máximo de peso que pode ser transportado.
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Note no gráfico do exemplo que só posso utilizar a lotação máxima do veículo se o C.G. estiver em uma região central da carroceria. Se o C.G. da carga não está no centro, devo reduzir o peso transportado.
Cada curva do gráfico mostra o fator que limita o peso transportado. Se ultrapassar alguma linha, algum problema ocorrerá.
Esse diagrama é conhecido como “Load Distribution Diagram”, “Load Diagram” ou o “palavrão” em alemão: “Lastverteilungsplan”.
Na carga indivisível, o diagrama também é fundamental: um exemplo de catálogo está na figura a seguir, para uma linha de eixos: lotação máxima, apenas com o C.G. no centro.
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Além disso, outra informação fundamental que falta ao TRC no Brasil: qual o peso linear máximo que posso colocar sobre um veículo? Uma carreta LS pode transportar, por exemplo, 32 toneladas. Mas, 32 tons em quantos metros? E se a carga tiver apenas 1,5 metros de comprimento? O chassi suportará ou vai quebrar?.
Qual peso concentrado máximo que cada carreta é capaz de transportar? 3 ton/m, 5 ton/m, 8 ton/m? Qual o máximo para carretas convencionais?
O fabricante deveria disponibilizar essa informação. Carga de grande densidade como da imagem ao lado, com talvez 15 ton/m, deveria ser considerada uma carga especial e transportada em prancha?.
Pena que ainda não chegamos nesse nível de conhecimento no Brasil!
ARTIGO: Eng. Rubem Penteado de Melo - www.trs.eng.br