Com um novo modelo para abordagem dos temas, através de grupos temáticos de trabalho, as reuniões deram andamento às ações que visam o aperfeiçoamento do transporte rodoviário de cargas no país. De acordo com o secretário executivo do Ministério da Infraestrutura, Marcelo Sampaio, que participou do encontro, o governo vem fortalecendo o diálogo com a categoria. “O Fórum é o principal interlocutor para o desdobramento das pautas sugeridas. O Ministério está com as portas abertas, engajado nessa agenda e no diálogo que estamos montando em conjunto com a categoria”, explica.
Já o secretário nacional de Transportes Terrestre (SNTT), Jamil Megid Junior, destacou a importância dos debates e a unificação das informações apresentadas. “Procuramos ouvir o setor, verificar o que eles realmente precisam para cumprir essa tarefa importante de transporte e logística, para definirmos como o governo irá apoiar de forma eficiente as soluções dessas demandas", afirmou.
No primeiro dia de debates, as soluções para facilitar o trabalho dos profissionais do setor tiveram destaque, com a explanação do analista sênior do Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados) Éverson Luis Campos, que apresentou uma nova tecnologia para o cálculo da tabela do piso de frete. O aplicativo, que se encontra em fase de estudo, pretende simplificar o processo de cálculo da carga e, principalmente, desburocratizar o transporte rodoviário. “A ideia é eliminar atravessadores e empresas que intermedeiam a contratação dos caminhoneiros autônomos”, explicou Campos.
O coordenador técnico do Grupo de Pesquisa e Extensão em Logística Agroindustrial da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ-LOG), Thiago Guilherme Péra, conduziu painel sobre o piso mínimo do frete e mostrou a nova metodologia de cálculo que será apresentada para o governo nos próximos meses. “Nós abordamos, em três sessões, a metodologia mais detalhada de como foi feito o trabalho de geração dos pisos dos fretes. Embarcadores, transportadoras e motoristas autônomos contribuíram com essa construção durante as audiências públicas”, explicou.
Durantes os dois dias de palestras e discussões, técnicos, analistas e especialistas do setor debateram melhorias e ações para solucionar temas como a resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) que trata do exame toxicológico para emissão e renovação da carteira de habilitação. O aprimoramento dos procedimentos de fiscalização das questões trabalhistas ligadas ao setor de transportes também foi tema de debate.
O diretor do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), Jerry Dias, participou dos debates e explicou como o órgão pretende colaborar com o transporte brasileiro. "Queremos que as regras de segurança atendam às necessidades do setor, levando em consideração a segurança dos motoristas e das cargas transportada”, enfatizou.
Temas como o desenvolvimento de ações para melhorar a saúde do motorista, bem como promover programas de capacitação para o aprimoramento do desempenho de suas funções também foram debatidos no encontro. De acordo com a diretora executiva nacional do Serviço Social do Transporte e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (SEST/ SENAT), Nicole Goulart, esse diálogo permanente é fundamental para o desenvolvimento de ações que promovam iniciativas para melhorar a qualidade de vida dos caminhoneiros. “Estamos firmando parcerias com o Governo Federal para dar uma maior atenção a esses trabalhadores tão essenciais para o país. Eles precisam de estruturas qualificadas para cuidar da saúde e de suas famílias”, ressaltou.
CANAL DE DIÁLOGO
Criado pelo Ministério da Infraestrutura, com o objetivo de deliberar e desburocratizar o setor de transporte de cargas no país, o fórum representa 2,6 milhões de caminhoneiros, 37.386 empresas, 1.584 sindicatos e 75 federações. O objetivo do Ministério é que o evento seja o principal canal de diálogo entre os representantes do transporte rodoviário de cargas do país, reforçando o debate e a unificação de esforços entre o Governo Federal e as entidades de apoio e representação nacional das categorias ligadas ao setor.
AÇÕES
O Ministério da Infraestrutura vem mantendo uma política de fortalecimento do diálogo com as entidades representativas de embarcadores, transportadores e caminhoneiros autônomos. O primeiro compromisso assumido e cumprido foi a retomada e a reformulação do Fórum Permanente do Transporte Rodoviário de Cargas (RTC).
Desde então, algumas medidas já foram anunciadas e estão em andamento, como a abertura de linha de crédito para os caminhoneiros via BNDES, estudos para construção de pontos de parada e descanso nas rodovias concedidas, apresentação do projeto-piloto do Documento de Transportes Eletrônico (DT-e), pavimentação da BR-163/PA, o lançamento do Cartão Caminhoneiro para compra de diesel a preço fixo, entre outras iniciativas.
FONTE: Ministério da Infraestrutura