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Controle de temperatura no transporte: Um ato de responsabilidade

Paula Miotto Bassani‎
Atualmente, o Brasil registra altos índices de desperdício em diversos setores da economia. De acordo com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), os alimentos perdidos no país durante um ano são suficientes para alimentar 16,3 milhões de pessoas. A Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta que 50% das vacinas chegam ao destino deterioradas ou com sua eficácia comprometida. No mercado de flores, esse número chega a 40%, segundo o levantamento do Centro de Ciências Rurais, da Universidade Federal de Santa Maria.

Uma causa comum nesses casos é a falha no controle de temperatura durante o transporte. Existem diretrizes que determinam as melhores práticas para transporte de produtos que necessitam de controle térmico, denominada “cadeia do frio”, estabelecidas de acordo com as necessidades de refrigeração de cada produto. Elas estabelecem as condições ideiais durante a logística no que tange à climatização, manuseio, armazenagem, embalagem, movimentação e manutenção da integridade de produtos sensíveis à temperatura. Além disso, é necessário que o transporte desses itens seja feito por equipamentos capazes de manter a refrigeração adequada de cada produto e todas as etapas devem ser realizadas por pessoas capacitadas.

Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Armazenamento (ABIAF), o número de câmaras refrigeradas no Brasil ainda é insuficiente para atender a demanda nacional. Para oferecer segurança alimentar, eficácia de imunizações e a integridade dos produtos, é necessário que o número de equipamentos para climatização no tranporte atenda toda a demanda do país.


Com o crescimento da agricultura familiar e da busca por alimentos orgânicos, é necessário que pequenos produtores também se adequem às necessidades específicas no manuseio. Hoje, já existem no mercado equipamentos específicos para caminhões de pequeno porte e para carros utilitários. Essas soluções são de extrema importância para que, independente do porte da produção, todos possam seguir as diretrizes da cadeia do frio e entregar produtos com a qualidade garantida.

Diante do cenário atual, no qual o Brasil volta para o mapa mundial da fome e que doenças erradicadas reaparecem, pensar na refrigeração do transporte, além de necessário, é uma responsabilidade com a vida.

ARTIGO: Roberto Hira - Ele é Coordenador de Planejamento de Vendas e Operações da Thermo King Brasil. Formado em Engenharia de Alimentos pela Unicamp, com pós graduação em Gestão de Estratégia de Empresas pela mesma instituição e MBA em Gestão Comercial pela FGV. 
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