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De acordo com a pesquisa, 85,3% das empresas transportadoras registraram queda na demanda em março de 2020, em comparação com o mesmo mês nos anteriores.
Em relação a situação financeira das empresas, o levantamento revelou dados alarmantes. 70,7% dos transportadores entrevistados já estão enfrentando problemas de caixa e severo comprometimento da capacidade de realização de pagamentos correntes, como folha de pagamentos e fornecedores. Além disso, 53,7% das empresas têm recursos para, no máximo, um mês de operação, sendo que 28,2% não suportam 30 dias sem apoio financeiro adicional.
Para 69,6% dos empresários consultados, os efeitos da crise serão percebidos por mais de quatro meses. 84% das transportadoras esperam redução no faturamento nos próximos 30 dias, e 82,5%, nos próximos 60 dias.
Transportadores também relataram à CNT, dificuldades operacionais. Mais da metade, 52%, revelaram que está mais difícil efetuar as entregas em função das restrições de acesso a alguns municípios e de novas regras de controle de entrada em estabelecimentos. 46,4% das empresas também já percebem dificuldade na obtenção de insumos do transporte. Ainda segundo os participantes da pesquisa, a falta de serviços de apoio (restaurantes, lojas de peças de reposição, borracharias, atendimentos de órgãos públicos) é o maior entrave operacional na pandemia.
No quesito emprego, o levantamento revela que as empresas do setor têm ajustado suas rotinas de trabalho de forma a manter seus empregados. 34,1% das transportadoras alternaram os empregados em turnos de trabalho; 32,1% concederam férias coletivas; e 29,5% utilizaram banco de horas. Entretanto, 22,2% já realizaram demissões em março de 2020.
As empresas consultadas pela CNT também elencaram soluções para vencer o período de crise provocado pela pandemia. Para 51,9% dos transportadores, a medida mais importante para aliviar o problema de fluxo de caixa durante a crise é a disponibilização de linhas de crédito com carência estendida e taxas de juros reduzidas (incluindo capital de giro) de forma ampla e sem restrição ao porte da empresa. 43,3% das transportadoras também citaram a suspensão da cobrança do PIS e da Cofins.
“É inegável que a crise da covid-19 deixa os transportadores em uma situação de extrema dificuldade. Por isso, é urgente que o governo apresente planos de retomada gradual da economia – sempre conciliando a preservação da vida dos brasileiros com a sobrevivência das empresas, que são a base da sustentação socioeconômica do país”, declara o presidente da CNT, Vander Costa.
No caso das transportadoras, segundo o presidente da Confederação, as ações governamentais precisam ter uma atenção especial. “Iniciativas como disponibilização de linhas de crédito às empresas de transporte e flexibilização na cobrança de impostos são imprescindíveis para que não haja interrupções na prestação dos serviços. Esse é o principal caminho para assegurar o abastecimento das cidades e a mobilidade das pessoas durante a pandemia.”
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TEXTO: Lucas Duarte
Com informações: CNT
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