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Ministro da Infraestrutura defende fim da pesagem de caminhões por eixo

Em seminário virtual com investidores do banco Santander nesta segunda-feira, 25 de maio, o Ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, se posicionou favoravelmente ao fim da pesagem por eixo, uma antiga reivindicação de caminhoneiros autônomos e transportadoras de todo o país.

“Está na hora de fazermos uma mudança e acabarmos com a pesagem por eixo, passando a pesar o peso bruto total [do veículo carregado com a carga]”, destacou o ministro durante o encontro virtual.

Segundo Freitas, a pesagem total dos veículos de carga vai de encontro com às propostas de modernização do transporte rodoviário de cargas brasileiro, que preveem ainda, o fim dos postos fiscais em rodovias e o uso de sensores eletrônicos que permitam a pesagem dos caminhões em movimento.

“Eu era contra acabar com a pesagem por eixo porque, no fim das contas, as falhas em um pavimento são provocadas pela repetição da carga por eixo. Mas há uma dificuldade operacional muito grande para fazer a pesagem por eixo. E pesando o total, a variação por eixo é muito pequena; é tolerável. O ajuste pode ser feito no próprio projeto [rodoviária]”, comentou Freitas.


Posicionamento de caminhoneiros
A declaração dada pelo Ministro da Infraestrutura nesta segunda-feira, foi vista com bons olhos por entidades que representam os caminhoneiros autônomos brasileiros. “As colocações do ministro são perfeitas. Já há muitos anos os caminhoneiros autônomos brigam por isto, porque este negócio de dividir o peso da carga por eixo é a coisa mais complicada do mundo”, disse o presidente da Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), José Fonseca Lopes em entrevista a Agência Brasil.

“Para nós, o caminho sempre foi este, sinalizado pelo ministro. Infelizmente, quem dava as cartas eram as concessionárias de rodovias, que inventavam mil e uma coisas para botar as coisas sempre do jeito delas”, acrescentou o sindicalista. “Termos um documento único para a viagem é importantíssimo.”

Concessionárias contra a medida
Já para a Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR), a mudança no sistema de pesagem de veículos de cargas brasileiro não representará uma modernização, mas sim um "retrocesso". “Não há como se obter o peso bruto total do caminhão ou mesmo a composição do veículo de carga com rapidez e eficiência a não ser pesando cada eixo para se obter o peso total”, destacou a entidade.

Segundo a ABCR, o que deveria ser revisto e adequado são os níveis de tolerância de precisão permitidos nas variações de aferição e homologação das balanças. De acordo com entidade, estudos apontam que um caminhão com 20% de excesso de carga reduz em até metade o tempo de duração do pavimento, além de aumentar o risco de acidentes em virtude da redução da capacidade de frenagem.

TEXTO: Lucas Duarte
Com informações: Agência Brasil
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