Vinicius Pauletti/Marcopolo |
Segundo José Antonio Valiati, diretor financeiro e de Relações com Investidores da Marcopolo, os resultados alcançados no trimestre ainda retratam um cenário de quase normalidade da demanda e do ritmo de crescimento da indústria brasileira de ônibus, que vinha em trajetória de elevação. “No trimestre, os impactos provocados pela pandemia de Covid-19 se referem à interrupção das atividades na controlada Marcopolo China, que registrou retração de 82,2% na produção e a variação cambial causada pela desvalorização de moedas locais em relação ao dólar. A queda de produção e entregas no Brasil aconteceu somente no final do mês de março, quando a empresa adotou as férias coletivas em todas as unidades no País”, explica.
Para este segundo trimestre, a direção da Marcopolo prevê um período de menor demanda, tanto dos clientes brasileiros, como dos estrangeiros, mas com base no ritmo atual de pedidos e de produção, e com a adoção e utilização eficiente das alavancas internas e governamentais para redução de custos, a empresa acredita atravessar esse momento de dificuldade global com segurança e consistência.
“Iniciamos a crise com uma boa carteira de pedidos e houve poucos cancelamentos. Desde o fim das férias coletivas, mantemos aproximadamente 50% da mão de obra em atividade nas unidades nacionais e, apesar de em volumes menores, continuamos recebendo novos pedidos diariamente, tanto para o mercado interno, como, em especial, para o mercado externo, compondo uma carteira que, mantido o ritmo atual de produção no Brasil, teremos estabilidade até o final de julho”, destaca Valiati.
Em relação aos resultados do primeiro trimestre deste ano, os segmentos de melhor desempenho foram os de rodoviários e urbanos, que alcançaram crescimento de mais de 50% em relação ao mesmo período de 2019, tanto em receita como em produção. No de rodoviários, a elevação se deu em recuperação à menor demanda do início de 2019, afetado negativamente pela entrada em vigor de regra que obrigou a instalação de elevadores em todos os modelos desse segmento comercializados no Brasil. O segmento de urbanos manteve sua trajetória de recuperação de volumes no mercado interno, ajudado pelas entregas ao programa federal Caminho da Escola.
As exportações apresentaram retração de 19,4% na receita líquida em relação ao primeiro trimestre de 2019, sinalizando dificuldades nos principais mercados da fabricante, com volumes menores sendo vendidos para Chile, Peru e Argentina. Com restrições de locomoção, relacionadas à prevenção à Covid-19, equivalentes ou mais severas do que as que vêm sendo aplicadas no Brasil, a empresa não prevê uma rápida recuperação de volumes nos mercados da América do Sul. Entre as operações controladas e coligadas no exterior, houve queda de 11,5% nos volumes de produção, com 501 unidades fabricadas contra 566 no mesmo período de 2019.
Investimento em soluções seguras para o transporte coletivo
Ciente de sua missão e como protagonista em soluções sustentáveis de mobilidade, a Marcopolo vem desenvolvendo, em conjunto com clientes e parceiros, opções focadas na prevenção da Covid-19. Os sistemas de transporte coletivo não podem parar e a empresa segue engajada para viabilizar viagens cada vez mais confortáveis e seguras.
Neste sentido, a Marcopolo Next, divisão da Marcopolo focada em inovação, apresentou, em abril, diferentes soluções para proporcionar mais segurança e tranquilidade para quem precisa utilizar o transporte coletivo, como o FIP Onboard® para desinfecção do interior do ônibus, e o kit de proteção, sistema de divisórias que funciona como barreira de proteção para motoristas, cobradores e passageiros.
A iniciativa coloca a Marcopolo ao lado das empresas operadoras de transporte e busca formas de auxiliar os clientes a seguir com suas operações, além de proteger a sociedade da pandemia de Covid-19 e de outros agentes biológicos nocivos à saúde e a segurança dos passageiros e motoristas.
Combate à pandemia de Covid-19
Desde os primeiros sinais da Covid-19 na China, a Marcopolo se antecipou e passou a trabalhar na mitigação dos riscos associados à doença, buscando preventivamente a proteção da saúde de seus colaboradores. Nesse período, a companhia adotou férias coletivas, feriados estendidos, flexibilização, suspensão ou redução da jornada de trabalho em todas as operações, nos mais diversos formatos. A distribuição de máscaras, disponibilização de álcool em gel, instalação de pias adicionais, viabilização de maior espaçamento nas linhas de produção e nos serviços de transporte dos colaboradores, veiculação de palestras e compartilhamento de cartilhas informativas, também estão entre as medidas preventivas promovidas pela Marcopolo.
Paralelamente, a Marcopolo trabalha em medidas de contenção de custos e preservação do caixa, reduzindo ao máximo as despesas não obrigatórias, fazendo uso dos instrumentos de redução de custos com folha de pagamento, restringindo investimentos, cancelando novas etapas do programa de distribuição de proventos, renegociando prazos de pagamento, redobrando a atenção nas contas a receber e na cobrança, incluindo o Banco Moneo e unidades faturadas dentro do programa Caminho da Escola. Os estoques de produtos prontos e de matéria-prima também estão sendo adequados à nova realidade de mercado.
O baixo endividamento, a posição saudável de caixa e a estrutura enxuta de custo fixo da companhia a auxiliam a realizar os ajustes necessários. A Marcopolo tem atuado diariamente em ações focadas na superação do atual cenário, fazendo uso das ferramentas disponíveis para a manutenção dos seus resultados em níveis saudáveis, considerando a rápida queda de demanda. O momento pede o equilíbrio entre objetividade e parcimônia.
FONTE: Marcopolo