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Um retrato dessa situação está na pesquisa da Confederação Nacional de Transportes (CNT) a respeito dos impactos da pandemia no transporte e nas relações trabalhistas. O levantamento, com 600 empresas de transporte de cargas e de passageiros de todos os modais, entre os dias 20 e 24 de abril, evidenciou que 33% dos transportadores participantes realizaram demissões. Além disso, entre as empresas que já têm empregados com redução de carga horária, 43,2% dos entrevistados esperam por novas reduções.
Bernardo Lage, porta-voz do Pega Carga, aplicativo gratuito de transporte de cargas, afirma que o momento é de readequação do setor. Mesmo considerado essencial para o funcionamento da economia, o transporte de insumos também atende às demandas consideradas não essenciais para uma crise de saúde.
"Foi criada uma oportunidade com o aumento de frete em produtos essenciais. Assim, naturalmente, percebe-se uma migração de motoristas e caminhoneiros. Antes eles eram contratados para o transporte de produtos específicos, considerados não essenciais para esse momento crítico, e começaram a fazer o transporte de produtos fundamentais em meio à pandemia", indica.
Lage também ressalta um grande aumento de demanda por parte dos operadores logísticos, que trabalham com a entrega de produtos do e-commerce. Com as medidas emergenciais de distanciamento social, o porta-voz do Pega Carga afirma que a população tem utilizado cada vez mais as compras online. Assim, surgiram novas oportunidades para os caminhoneiros. "Não é que o setor de transportes não tenha sofrido impacto mas, em algumas áreas, foram criadas oportunidades", complementa.
O representante do aplicativo Pega Carga também não crê que todas as demissões registradas no período signifiquem uma migração imediata dos profissionais para atividades de transporte autônomo. Segundo ele, há uma interferência em toda a cadeia do mercado, uma vez que mecânicos, auxiliares de manutenção e colaboradores da área administrativa também estão sendo desligados.
“Os caminhoneiros que perderam seus empregos de motoristas em transportadoras e operadores logísticos, estarão disponíveis no mercado como profissionais autônomos, aderindo a aplicativos de transporte de carga como o nosso, ou realocados em outras empresas menos afetadas por esta crise", conclui Lage.
FONTE: Divulgação
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