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Caminhoneiros que atuam no minério protestam contra alta no diesel e baixo valor do frete em MG

Reprodução
Os sucessivos aumentos no preço do óleo diesel aliados a crescente defasagem no valor no frete têm gerado cada vez insatisfações no transporte rodoviário de cargas, especialmente entre caminhoneiros autônomos. Prova disso é a paralisação das atividades da categoria que atua no transporte de minério em Minas Gerais.

Desde o último domingo, 21 de fevereiro, caminhoneiros autônomos que atuam principalmente nas mineradoras localizadas em cidades no entorno de Belo Horizonte e na região de Congonhas, paralisaram as atividades e realizam ao longo desta semana uma série de manifestações. Os atos acontecem principalmente nos terminais de carga e nas portas de siderúrgicas. 

De acordo com a categoria, cerca de 3.000 profissionais aderiram às manifestações. Atos estão sendo registrados principalmente em Sete Lagoas, Igarapé, Itatiaiuçu e Caeté. Nas redes sociais também circulam informações sobre protestos em Congonhas, Itabirito, Nova Lima e Ouro Branco. Vídeos compartilhados em aplicativos de troca de mensagens também revelam tentativas de bloqueio de caminhões de minério em um trecho da BR-040 que corta o município de Congonhas.

Além de questionarem os sucessivos reajustes no preço do óleo diesel, promovidos pelas Petrobras nas últimas semana, a categoria também cobra das mineradoras melhorias significativas nos valores pagos pelo frete. Uma das propostas sugere que o valor do frete seja 3 vezes superior aos custos com combustível.

"Estamos trabalhando e está muito defasado em relação ao abastecimento. Atualmente, trabalhamos com um valor em que o óleo está acima do que conseguimos arcar. Este valor representa quase 60%, é o que gastamos nos nossos caminhões", afirmou o caminhoneiro, Alexandre Blon, em entrevista a Record TV Minas.

"Quando pegarmos um frete em que, se o valor gastado em óleo diesel for aproximadamente R$ 300, o frete precisa ser R$ 1.000, porque esses R$ 300 serão utilizados como gasto de combustível e os outros 70% serão destinados para a manutenção do veículo e nossa margem de lucro", destacou o caminhoneiro, Jean Carlos dos Santos, também em entrevista a Record TV Minas.

Até o momento não foram registrados desabastecimento de minério de ferro ou bloqueio de rodovias em virtude da manifestação da categoria de caminhoneiros. 


Reajustes no preço do diesel
Em menos de um mês, o valor do litro do óleo diesel nas refinarias de todo o país já acumula uma alta expressiva de 23,8%, resultado de três reajustes consecutivos promovidos pela Petrobras, sendo, 4,4% no dia 27 de janeiro, 6,2% no dia 9 fevereiro e impressionantes 15,2% na última sexta-feira, 19 de fevereiro.

Tanqueiros também protestam em Minas Gerais
A semana também está sendo marcada por protestos de outra categoria de caminhoneiros em Minas Gerais. Transportadores de combustíveis que atuam no estado deflagraram nesta quinta-feira (25) uma manifestação contra a alta carga tributária estadual existente sobre o óleo diesel. 

Mais de 100 caminhões e carretas participaram de uma carreata até a sede do governo para reivindicar uma redução na alíquota do ICMS, passando de 15% para 12%. 

De acordo com o Sindicato das Empresas Transportadoras de Combustíveis e Derivados de Petróleo de Minas Gerais (Sindtanque), uma assembleia será realizada ainda nesta quinta, para decidir sobre a paralisação total da categoria.  



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