Na avaliação do Ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, a convocação de greve de caminhoneiros na última segunda-feira, 1º de fevereiro, fracassou por uso político, mas deixou muitas lições.
"Eles sentiram o cheiro de uso político e isso foi decisivo para o afastamento dos caminhoneiros da greve", afirmou o ministro em entrevista ao Portal UOL. "A primeira lição que tivemos hoje é que o caminhoneiro não se deixa enganar e sabe que não é qualquer liderança que o representa".
Segundo Freitas, as manifestações pontuais que foram registradas em algumas rodovias federais, não tiveram relação com a categoria, mas sim com pessoas com interesses políticos. "O Modos operandi dos bloqueios, que foram rapidamente resolvidos pela Polícia Rodoviária Federal, não era modos operandi de caminhoneiros", disse. Queima de pneus, uso materiais inflamáveis e pedras foram utilizados como tentativas de forçar a paralisação de rodovias.
O Ministro da Infraestrutura também afirmou que a não adesão dos caminhoneiros a paralisação é "uma demonstração de maturidade", especialmente neste momento de pandemia.
Medidas para beneficiar caminhoneiros
Já em entrevista, Freitas afirmou que independentemente do fracasso da paralisação, o governo federal seguirá trabalhando em uma agenda de medidas para beneficiar a categoria. "Agora, não é porque a greve não prosperou que vamos abandonar a agenda, mas precisamos estudar", disse.
Atualmente 19 medidas estão sendo estudadas e negociadas entre os representantes dos caminhoneiros autônomos e o próprio Governo Federal, por meio do Ministério da Infraestrutura.
"Temos que ajudar o caminhoneiro a lidar de melhor forma com essa competição e vamos tocar essa agenda de simplificação, eliminação de intermediário e acesso ao crédito", destacou.