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Renovação de frota: Estudo recomenda que Governo Federal compre caminhões antigos para reequilibrar setor

Moisés Magno
Atenta a atual conjuntura desafiadora do transporte rodoviário de cargas brasileiro, especialmente para os caminhoneiros autônomos, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), ligada ao Ministério de Minas e Energia, apresentou uma proposta de reequilíbrio do setor por meio da criação de um programa de sucateamento de caminhões antigos e consequentemente renovação da frota. A sugestão consta em uma Nota para Discussão divulgada na última sexta-feira, 12 de fevereiro. 

"Uma política de sucateamento de caminhões antigos pode representar uma forma eficaz de resolver diversos problemas de curto e de longo prazos do setor de transportes", afirma a EPE em nota. Estimativas recentes apontam para a existência de cerca de 110 mil caminhões com mais de 30 anos circulando pelas rodovias brasileiras, número que representa aproximadamente 6% da frota nacional. 

Na proposta, a EPE defende a renovação de frota por meio da elaboração e execução de um programa de recompra dos caminhões antigos por parte do Governo Federal. "A aquisição governamental de caminhões para este fim injeta recursos na economia com o potencial de estimular a demanda, ao mesmo tempo em que reduz a oferta de serviços de transporte, acelerando o reequilíbrio do mercado de fretes rodoviários”, afirma.

Ainda segundo o órgão ligado ao Ministério de Minas e Energia, a execução da recompra de caminhões, sairia mais em conta para o país do que programas de subvenção ao diesel, executados anteriormente. "Na hipótese que todos os caminhões com mais de 30 anos (cerca de 100 mil) fossem comprados por um valor médio de R$ 40 mil (AUTO INDÚSTRIA, 2019), o gasto total (R$ 4 bilhões) seria inferior ao dispêndio realizado com o programa de subvenção ao diesel", destaca.


Benefícios
Em nota, a EPE também destaca que uma eventual renovação de frota trará uma série de benefícios ambientais, econômicos e sociais para o transporte rodoviário de cargas e para o país como um todo, além de estimular a eficiência energética. 

"Ao retirar caminhões antigos de circulação, aumenta-se a carga transportada por novos caminhões, que conseguem transportar a mesma carga pela mesma distância, porém com um menor consumo de diesel. Uma redução do consumo de diesel, além de reduzir os custos operacionais do frete, diminui as importações brasileiras, beneficiando a balança comercial do País". 

A recompra dos caminhões antigos também possibilitará a injeção na economia nacional, refletindo em consumo e investimento.  Além disso, proporcionará um reequilíbrio da oferta e demanda por serviços de transporte, e consequentemente contribuirá para a recuperação da "competitividade do frete em patamares não predatórios, permitindo o repasse de custos típicos do segmento, além da obtenção de lucro", segundo a EPE. "A recompra de caminhões antigos eleva, portanto, a remuneração dos caminhoneiros, sem necessidade de uma maior intervenção no domínio econômico", afirma.

“Além de minimizar o risco de novas paralisações, essa política também promove outros benefícios, como a diminuição de emissões e de acidentes rodoviários, com menores perdas materiais e humanas, e redução dos gastos com saúde pública, além de fomentar a eficiência energética”. completa.

Estudo não representa decisão final
Segundo a EPE, o estudo apresentado na última sexta-feira (12) é preliminar, ou seja, não representa um entendimento final sobre assunto ou garante que de fato a recompra de caminhões e consequentemente a renovação de frota seja colocada em prática.

Confira na íntegra o estudo da EPE: CLIQUE AQUI


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