Valéria Da Silva P. |
O novo aumento 5% no preço do óleo diesel, colocado em prática pela Petrobras nesta terça-feira, 2 de março, intensificou os debates e discussões sobre a realização de uma nova paralisação nacional de caminhoneiros, semelhante a ocorrida em 2018.
As principais entidades e lideranças que representam a categoria, principalmente nas negociações diretamente com o governo federal, se pronunciaram por meio das redes sociais, aplicativos de trocas de mensagens e entrevistas a veículos de comunicação.
"Não vou repetir as palavras do presidente, mas "acabou, pô". Não dá mais. Agora chegou a hora de todos os trabalhadores, os autônomos, dos caminhoneiros se unirem novamente. Vamos mostrar a nossa força de novo", afirmou o presidente da Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava), Wallace Landim, conhecido como Chorão, em entrevista ao Portal UOL.
Logo após o anúncio de aumento no preço do combustível, nesta segunda-feira (1º), Júnior Almeida, presidente do Sindicam de Ourinhos, também se pronunciou pelas redes sociais e convocou uma paralisação imediata da categoria.
"Fui abrir as notícias do dia para a gente se atualizar, 5% de aumento no óleo diesel da Petrobras. Basicamente o imposto federal foi passado para trás" destacou Junior. "Caminhoneiros do Brasil, meus amigos, agora é a hora! Quer fazer greve? Quer resolver o Brasil? É agora dia 1º de março! Para o seu caminhão. Não temos mais para onde correr", completou o sindicalista.
Procurado pelo Radar Econômico, o Comando Nacional do Transporte, uma das principais lideranças dos protestos de caminhoneiros que marcaram o ano de 2015, afirmou que aguardaria até o fim do dia para entender qual a real mobilização, antes de se pronunciar. Caso contrário, entrar em greve sem adesão poderia ser “um tiro no pé”.
Terça-feira de protestos
A manhã desta terça-feira, 2 de março, está sendo marcada por protestos pontuais de caminhoneiros, especialmente no estado de Minas Gerais.
Já nas primeiras horas da manhã, centenas de caminhões passaram a ocupar os acostamentos da MG-424, no município de Vespasiano, região metropolitana de Belo Horizonte (MG). De acordo com a Polícia Militar Rodoviária, a categoria presente no local protesta contra o aumento do preço do diesel.
Também na manhã desta terça-feira (2), protestos de caminhoneiros estão sendo registrados na BR-040, no trecho que corta o município de Ribeirão das Neves, também na região metropolitana da capital mineira. A informação é confirmada pela VIA040, concessionária que administra a rodovia.
"09:05 - Ribeirão das Neves (MG), Km 511, Manifestação, c/ interdição de faixa no sentido RJ. Fluxo lento por 2 Km. Ponto de Referência: Bairro Belvedere (Ribeirão das Neves)", destacou em publicação nas redes sociais.
Avaliação da Petrobras
Na última quinta-feira, 25 de fevereiro, o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, afirmou que o preço dos combustíveis no Brasil não é alto, nem baixo, mas é o preço de mercado. A declaração foi dada durante a apresentação dos últimos resultados trimestrais da empresa.
"Não existe nenhum exagero no Brasil, embora alguns impostos sejam elevados, por exemplo, comparando com os Estados Unidos, onde os impostos são baixos. O Brasil tem preços mais elevados", disse Castello Branco.