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Espanha registra falta de 15.000 motoristas profissionais

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Espanha vivência um verdadeiro paradoxo, ao mesmo tempo que registra um crescente déficit de motoristas, país possui a maior taxa de desemprego entre jovens 

A falta de motoristas profissionais, especialmente de caminhoneiros, segue se tornando um grave problema para as economias mundiais. O crescente desafio inclusive foi tema de uma conferência na Espanha, batizada de "Formação de motoristas profissionais e atração de novos talentos para o transporte" e organizada pela a Associação de Transporte Rodoviário Internacional (ASTIC), Fundação Corell e Academia del Transportista (AT).

De acordo com os números recentes da União Europeia (UE), a Espanha lidera o ranking de desemprego juvenil na zona do euro, com uma taxa de 39,9% entre os menores de 25 anos. Na contramão deste cenário, o país registra um déficit de 15.000 motoristas profissionais para suprir as demandas do transporte nos próximos cinco anos. Para as entidades participantes da conferência, este cenário de desemprego e ao mesmo tempo de falta de motoristas, criou um verdadeiro paradoxo para o governo espanhol. 

A dificuldade de encaixar os jovens nesta ampla oferta de vagas para motoristas, é justificada pela estagnação salarial, condições atuais de trabalho (longos dias fora de casa, horários extras, falta de áreas de descanso seguras e confortáveis), falta de flexibilidade devido as exigentes regulamentações do setor e o pouco reconhecimento social da profissão, além da complexa formação exigida para o ingresso na profissão.

“As empresas que integram a nossa associação oferecem empregos de qualidade em transportadoras com prestígio e experiência para desenvolver uma carreira profissional como condutor de veículos pesados ​​de longa distância, mas os perfis necessários para preencher essas vagas exigem treinamento que uma simples habilitação não pode oferecer”, afirma Ramón Valdivia, diretor geral da ASTIC.


Para Miguel Ángel Ochoa, presidente da Fundação Corell, existe uma "necessidade iminente de um plano de modernização que tenha uma coordenação fluida entre os ministérios dos Transportes e da Educação e para vencer a resistência que os motoristas têm de entrar na profissão". 

Segundo Ochoa, os 3,8 milhões de euros que o Ministério dos Transportes espanhol vem empregando na formação de novos motoristas são insuficientes diante do cenário de envelhecimento da população de motoristas profissionais.

Desburocratização da formação de motoristas
Todos os presentes na conferência espanhola reforçaram a necessidade de eliminar as barreiras existentes na formação profissional que desencorajam as novas gerações de se tornarem motoristas profissionais.

Além de se posicionar a favor da redução da idade mínima para 18 anos, Luís Miguel Soto, CEO da Academia del Transportista (AT), recomendou ainda: “a abolição da obrigatoriedade da licença prévia de condução para a obtenção do Certificado de Profissionalismo (CP); a validação da habilitação sem exame para os que concluem o CP; a criação de uma rede capilar de centros de emprego para motoristas e, por fim, que facilitam a obtenção da carteira de habilitação profissional como já acontece com escolas e organizações militares e com a Direção-Geral da Polícia e da Guarda Civil”.



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