Vale/Divulgação |
Sem registros de acidentes, gigantes autônomos também proporcionam redução do consumo de combustível e da emissão de poluentes, além de aumento na produtividade
A Vale chegou ao final do primeiro semestre de 2021 registrando novos recordes operacionais com a primeira frota de caminhões fora de estrada 100% autônoma no Brasil. Em operação na mina de Brucutu, localizada em São Gonçalo do Rio Abaixo (MG), os caminhões atingiram a expressiva marca de 100 milhões de toneladas de minério de ferro movimentadas e sem o registro de acidentes.
Com capacidade para transportar 240 toneladas, os caminhões são controlados por sistemas de computador, GPS, radares e inteligência artificial, percorrendo a rota entre a frente de lavra e a área de descarga. Em 2019, todos os 13 caminhões que circulam em Brucutu já utilizavam a nova tecnologia, fazendo dela a primeira mina do Brasil com operação 100% autônoma.
Segundo o balanço oficial da mineradora, nos últimos cinco anos, os caminhões já percorreram 1,8 milhão de quilômetros, o equivalente a 46 voltas ao redor da Terra. Neste período, também reduziram em 11% o consumo de combustível, evitando assim a emissão de 4.300 toneladas de CO2 por ano na atmosfera. Com a implementação da tecnologia autônoma, também foi possível ampliar a velocidade média dos caminhões de 40 km/h para até 60 km/h, garantindo assim um aumento de 11% na produtividade horária, medida pela quantidade de minério de ferro transportada por hora.
A adoção de caminhões autônomos também reduziu os custos com manutenção. Nos cinco primeiros anos de operação, a mineradora também observou um aumento de 35% na vida útil dos pneus e uma significativa redução no descarte de resíduos.
E ao contrário do que se imagina, os tradicionais motoristas não perderam postos de trabalho. Após treinamento, os colaboradores foram realocados para outras funções, sendo uma delas a operação nas salas de controle – com ar condicionado, sem vibração e ruídos –, a quilômetros de distância da frente de lavra. Com isso, a Vale eliminou por completo situações de risco que envolviam os colaboradores, como por exemplo, tombamentos e colisões.
“São muitos resultados e aprendizados para serem celebrados com o nível atual de maturidade da mina autônoma”, explica o gerente-executivo do Complexo de Brucutu e Água Limpa, Jefferson Corraide. “Certamente o avanço mais importante propiciado pela implantação é a redução da exposição de pessoas ao risco. A mina se tornou mais segura tanto pela tecnologia embarcada quanto pela disciplina exigida para tornar o processo sustentável e fluido. Os processos de otimização da operação autônoma vão além do caminhão e abrangem o complexo como um todo”.
De acordo com o gerente de Operação e Infraestrutura de Brucutu, Kléber Gonçalves, dentro da área de lavra veículos tripulados e autônomos estão em constante interação e, para que ela seja segura, todos os veículos são adaptados. Isso permite aos caminhões autônomos traçar suas rotas e, de forma preventiva, reduzir a velocidade ou até mesmo interromper seu percurso, evitando acidentes. "Os equipamentos também possuem sensores que mapeiam e identificam, de forma contínua, o relevo, objetos e pessoas, de modo que a tecnologia autônoma pode paralisar a operação de um ou mais caminhões em caso de mudanças que não estavam previstas no trajeto determinado pelo centro de controle", afirma.
Investimento em automação
Segundo a Vale, diante dos excelentes resultados operacionais, o programa de autônomos segue em expansão ao longo de 2021 com um investimento total de cerca de US$ 40 milhões. Além de testes com caminhões autônomos na mina de Carajás, a Vale também está investindo em perfuratrizes autônomas. Atualmente há 11 delas em operações de Minas Gerais e Pará.
A mineradora também executa no momento o processo de automatização de máquinas de pátio, concluído na Malásia, a implantação acontece agora em em quatro estados brasileiros.