Marcelo Camargo/Agência Brasil |
Em nota oficial, CNTA afirma que "uma paralisação neste momento impactaria negativamente ainda mais a vida do caminhoneiro autônomo"
Nas últimas semanas, uma série de sites de notícias vem noticiando uma possível paralisação de caminhoneiros na próxima segunda-feira, 1º de novembro, organizada por entidades como a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL), vinculada à CUT; Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC) e Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava).
Diante da grande repercussão, a Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), entidade com maior representatividade de caminhoneiros no Brasil e que reúne sete federações e 140 sindicatos, divulgou nesta sexta-feira, 29 de outubro, descartando qualquer adesão da categoria em uma nova paralisação e até semelhante a 2018.
A entidade abre o documento reconhecendo os principais desafios enfrentados pelos caminhoneiros autônomos atualmente, especialmente em relação ao valor do frete. "A Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos - CNTA, em conjunto com seu sistema de sindicatos e federações, compartilha da insatisfação crescente da categoria devido à precariedade das condições de trabalho e principalmente dos valores praticados na contratação dos serviços de frete, que não acompanham os custos decorrentes da operação do transporte rodoviário de cargas."
Em nota, a CNTA também ressalta que "atrelar a saúde da atividade ao valor do diesel, com soluções momentâneas, acarretam novas manifestações e ensejos de paralisação.". Além disso, a entidade também afirma que vem concentrando esforços "no desenvolvimento de medidas estruturais relevantes para o transportador autônomo de cargas (TAC), que possibilitem atenuar o desequilíbrio existente e pacificar o setor", como por exemplo, a "viabilização da contratação direta dos caminhoneiros autônomos para que possam assumir o protagonismo e controle das suas atividades laborais e deixem de ser vítimas do sistema atual".
Com a relação a possível greve da categoria, a CNTA revelou que "não foi consultada sobre nenhum dos temas tido como pauta para eventual movimento de paralisação da categoria".
"Por fim, informamos que em consulta à base representativa da categoria (sindicatos), não há adesão para qualquer movimento de paralisação ou greve e que uma paralisação neste momento impactaria negativamente ainda mais a vida do caminhoneiro autônomo, além de trazer reflexos nefastos para a sociedade e para a economia do país.", conclui a entidade.