Valéria Da Silva P. |
Declaração foi dada durante almoço organizado pela Frente Parlamentar Mista Pelo Brasil Competitivo em Brasília, nesta quarta-feira (27)
Presente em um almoço organizado pela Frente Parlamentar Mista Pelo Brasil Competitivo em Brasília, o Ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, avaliou e comentou sobre as reinvindicações e atual forma de trabalho dos caminhoneiros autônomos no Brasil.
Para Freitas, em algumas situações os próprios caminhoneiros são responsáveis por destruírem o valor do frete. “Às vezes o pessoal fica chateado quando a gente fala, porque o que falo para eles é o que eu falo em qualquer evento, então não dá para ter surpresa. Eu sempre falo que eles tem que aprender a repassar os custos de produção ao seu preço. E, na verdade, às vezes quem destrói o frete é o próprio caminhoneiro, porque às vezes você tem um grupo de caminhoneiros negociando com uma transportadora um determinado valor de frete. Sempre tem aquele que oferece o frete muito mais baixo, que acaba pegando um transporte e passando por dificuldade”, disse o ministro.
Durante o evento, Tarcísio também explicou que frequentemente busca orientar os profissionais do trecho quanto a gestão do negócio. “vocês tem que aprender a se reinventar e a gerir seu negócio, e pegar como exemplo aqueles setores que são mais organizados, como por exemplo, o setor do cegonheiro é extremamente organizado, essa categoria nunca foi ao ministério reclamar de frete”, destacou.
Ainda segundo Freitas, é fundamental que a categoria aprenda a repassar os custos, inclusive as frequentes altas do diesel, para o frete. “Se a farinha de trigo sobe, o que o padeiro faz? Aumenta o preço do pão francês. Todo mundo aumenta. Todo mundo percebe que tem que repassar para o preço. Se o diesel sobe, o que o caminhoneiro deveria fazer é repassar isso para o frete. E é isso que procuro explicar para eles o tempo todo. Para eles não ficarem presos à tutela do Estado e ao frete mínimo. Ele precisa calcular o custo, negociar isso e repassar para o preço dele e ter poder de barganha pra cobrar daquele que o contrata”, ressaltou.
Por fim, o Ministro da Infraestrutura também afirmou que as principais reivindicações dos caminhoneiros autônomos estão relacionadas a problemas complexos e que não possuem uma solução simples. “Você tem uma questão de combustível que é internacional e mundial, existe uma pressão do combustível no mundo inteiro, o preço do barril em real nunca esteve tão alto. O que a gente tem que tentar não é pensar no movimento do dia 1 de novembro, mas ver como podemos organizar essa categoria para sobreviver no mercado”, disse.
Paralisação de caminhoneiros
A avaliação do Ministro da Infraestrutura acontece a tentativas de entidades como a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL), vinculada à CUT; Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC) e Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava) de marcarem para o dia 1º de novembro, uma paralisação nacional de caminhoneiros.