Caio Bezerra |
Segundo a ANFAVEA, muitos veículos estão parados nos pátios das montadoras por falta de componentes e em alguns casos, caminhões estão sendo entregues faltando pneus
Se você vem acompanhando com atenção a indústria automotiva brasileira e mundial nos últimos meses, você já se acostumou a ouvir uma série de expressões preocupantes, como, "gargalos logísticos", "escassez de componentes", "falta de insumos" e "atrasos na cadeia produtiva". Ao se deparar com esses fatores a primeira coisa que vêm à cabeça é a tão falada falta de semicondutores. Mas no caso da indústria da brasileira de caminhões, a crescente falta de pneus também tem ganhado protagonismo.
O impacto da escassez de pneus na produção brasileira de veículos comerciais é confirmado pelo Presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Autoveículos (ANFAVEA), Luiz Carlos Moraes “Em alguns casos, estamos entregando caminhões com pneus a menos”, revela o executivo.
Apesar de não existirem números exatos da quantidade de veículos parados nos pátios das montadoras por falta de componentes, Moraes afirmou nesta semana que “são muitos”. Para reverter este cenário e consequentemente reduzir a dificuldade de aquisição de pneus no mercado brasileiro, a entidade vem estabelecendo diálogos constantes com as montadoras e fabricantes de pneumáticos.
“Temos conversado com os fabricantes e também com a Anip (Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos”) para tentarmos um planejamento da produção que contemple nossas necessidades”, destaca o executivo.
Na tentativa reverter a escassez de pneus, as montadoras brasileiras de caminhões já avaliam a viabilidade das importações. Entretanto, segundo a entidade o processo é complexo e demanda bastante tempo. “Não é simples importar pneus”, explica o presidente da ANFAVEA. “São várias configurações com diferentes especificações e os testes até a aprovação final demoram cerca de 12 meses”.
Mesmo com os inúmeros desafios na cadeia produtiva, a indústria brasileira de caminhões encerrou o mês de outubro registrando um crescimento expressivo no acumulado do ano. Destaque para 131,9 mil caminhões produzidos em todo o país de janeiro a outubro deste ano, crescimento de 91,2% em relação ao mesmo período de 2020. Segundo a ANFAVEA, os números registrados até o momento poderiam ser ainda melhores se não fosse a escassez de componentes e pneus.
Com informações: NTC&Logística