PRF/Divulgação |
Olhares de espanto e admiração ainda rodeiam mulheres que buscam a profissão de motorista de caminhão
Segundo estimativas da Confederação Nacional do Transporte (CNT), as mulheres representam apenas 0,5% do total de caminhoneiros do Brasil. De acordo com o Serviço Social de Transporte (SEST), o setor de transporte do Brasil tem mais de 900.000 contratos de trabalho, dos quais 120.000 são mulheres e 4.000 atuam como motoristas, incluindo os veículos auxiliares da empresa, não apenas caminhões e carretas. A profissão de motorista de caminhão ainda carrega muitos estereótipos.
Ignorando os números, Viviane Baungardt, motorista internacional de caminhão-tanque da Rufatto Transportes e Logística, sonhava desde criança em seguir essa profissão. Foi criada em uma família onde a influência para exercer esta atividade é forte, já que o pai trabalhou por 40 anos como motorista e os irmãos também vêm seguindo o mesmo caminho.
Recentemente foi surpreendida pelos agentes da Polícia Federal que realizam a segurança na fronteira entre Brasil e Bolívia com a notícia de que era a primeira motorista mulher que estava atravessando aquela fronteira. “Foi bastante engraçado, o agente da Polícia Federal me deu os parabéns e me chamou de corajosa. Todos ficaram bastante admirados.”, afirma Viviane.
Muitos ainda se mostraram surpresos, como no pedágio e no local de descarregamento do caminhão, onde olhares admirados se voltavam o tempo todo para ela. Mas isso não a abalou, muito pelo contrário, lhe trouxe muita felicidade e um sentimento de realização por ter alcançado mais uma conquista grandiosa para as mulheres do mundo, que avançam cada vez mais na luta por direitos iguais, principalmente dentro do transporte rodoviário de cargas (TRC), que já possui inúmeras ações voltadas para o público feminino.
Para André Rufatto, sócio administrador da Rufatto Transportes e Logística, ter mulheres na equipe é primordial. Segundo ele, todas que já passaram pela empresa tiveram muito sucesso e ótimos resultados, principalmente no quesito de direção defensiva e cuidados com os caminhões. “As mulheres devem sim buscar a profissão que tanto desejam, seja ela onde for. Ter mulheres como motoristas faz parte desse caminho de igualdade e também deixa claro que elas são capazes de estar onde quiserem”, completa Rufatto.
Nas políticas da transportadora, o respeito e a igualdade da mulher são itens fundamentais. “Os currículos são analisados com especial atenção e carinho quando temos mulheres querendo compor a nossa equipe, pois sabemos que a maioria delas traz resultados positivos para a empresa”, complementa Rufatto.
A motorista Viviane é apenas um exemplo do quanto o mundo ainda é desafiador para as mulheres. Com muito amor pelo que faz, ela não pensa em desistir da profissão e deseja seguir dirigindo por muitos anos. “Se você tem esse desejo no coração, essa vontade e esse sonho, corra atrás! Tenha fé, lute e persista que você consegue chegar lá. Nunca desista. Por mais que você encontre muitos desafios, muitas dificuldades, se mantenha firme que você chegará em qualquer lugar”, finaliza Viviane.
FONTE: Divulgação