Guerra/Divulgação |
As estatísticas do setor sucroalcooleiro mostram que os reboques que transportam cana de açúcar tombam com maior frequência para um dos lados.
Embora a carga de cana picada possa ser considerada homogênea dentro do compartimento, uma questão operacional do mecanismo de descarga no projeto da Usina (sistema hilo), impõe uma assimetria lateral do próprio compartimento de carga sobre o chassi do reboque.
A existência de um “Pórtico” lateral (ou “tesoura” como é conhecido) com os mancais para o basculamento na moega, desloca lateralmente a caixa de carga e afeta a distribuição do peso entre os lados direito e esquerdo do reboque, e por consequência, a sua estabilidade.
Eng Rubem Penteado de Melo |
Ou seja, quando esse pórtico está posicionado do lado esquerdo (lado do motorista), desloca o centro de gravidade da caixa para a direita e vice-versa. Por consequência, o tombamento para o lado contrário do pórtico é mais frequente.
Portanto, o reboque canavieiro é um dos poucos que tem Limiar de Tombamento Lateral (conhecido pela sigla de SRT) diferente entre os lados: tomba mais fácil para um lado do que para o outro. Se a essa excentricidade “de projeto” for associada ainda uma excentricidade na transferência da cana pelo equipamento de transbordo, o problema será agravado.
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O pórtico do lado esquerdo (lado do motorista) conta ainda com o agravante da inclinação lateral da via para a direita: tornando o tombamento para o lado direito sempre mais frequente do que para o lado esquerdo.
Os condutores desses conjuntos devem ser informados dessa peculiaridade do canavieiro: tomba mais fácil para um dos lados. Somente uma tecnologia que perceba essas diferenças é capaz de prevenir realmente esse tipo de acidente.
ARTIGO: Eng Rubem Penteado de Melo, DSc.