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Medida Provisória nº 1.117 determina atualização da tabela de fretes sempre que o diesel for reajustado em mais de 5%; Para a maioria que está por dentro, a mudança não ajudará a aumentar o preço do frete
No dia 17 de maio, o Governo Federal estabeleceu uma importante mudança na regra de atualização da Política Nacional de Pisos Mínimos do Transporte Rodoviário de Cargas (PNPM-TRC), popularmente conhecida como tabela de fretes. Por meio da Medida Provisória (MP) nº 1.117, ficou estabelecido que sempre que o preço do óleo diesel for reajustado em mais de 5% em relação ao valor considerado na tabela vigente, uma nova norma com pisos mínimos deverá ser publicada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Anteriormente o percentual considerado era de 10%.
Apesar da mudança ser de suma importância para o transporte rodoviário de cargas brasileiro, a medida é desconhecida por grande parte dos caminhoneiros, é o que aponta uma pesquisa realizada pela Fretebras, maior plataforma online de transporte de cargas da América Latina, com mais de 1,3 mil caminhoneiros.
De acordo com o levantamento realizado na quarta-feira, 18 de maio, 79% dos caminhoneiros ainda não tinham conhecimento dessa ação. Entre os que já estavam sabendo da novidade, 54,8% afirmaram que não acreditam que isso ajudará a subir o preço do frete. A pesquisa foi feita com uma base de 695 mil caminhoneiros ativos da Fretebras, no dia 18 de maio de 2022, através de canais digitais acessados pelos motoristas.
Mudança deve elevar o preço do frete
Para o diretor de Operações da Fretebras, Bruno Hacad, o positivo da mudança é o fato de que os reajustes mais frequentes na tabela devem ajudar a puxar o preço do frete para cima, justamente pela força de referência da tabela. “O tempo de repasse dos custos vai ser menor e isso significa que os caminhoneiros poderão cobrar mais pelo frete, antes do previsto. Isso pode diminuir o risco de desabastecimento, que é o pior que poderia acontecer neste momento de inflação muito alta.”
Segundo especialistas da Fretebras, as movimentações do governo são importantes, mas elas demoram para gerar um impacto real no Transporte Rodoviário de Cargas. Hacad afirma que é necessária uma mudança na atitude dos caminhoneiros, para gerar um impacto mais positivo no curto prazo. De acordo com o executivo, “é preciso que o caminhoneiro negocie mais e melhor, usando mais informações como referência para a sua negociação. É extremamente importante que eles busquem a máxima eficiência do caminhão, o que significa saber quantas viagens o caminhão deve fazer para garantir mais rentabilidade. E somar tudo isso ao uso de ferramentas digitais que o ajudem a calcular bem o custo e maximizar o lucro”.
Para Hacad, o contraponto do gatilho mais baixo é que o consumidor poderá sentir antes o impacto de um frete mais caro e isso fará com que os preços dos produtos sejam cada vez maiores, já que o frete representa uma parte grande do custo da mercadoria.