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Nova pesquisa da IRU analisou a escassez de profissionais em 25 países; Falta de motoristas qualificados, condições ruins de trabalho e imagem negativa da profissão estão entre as principais causas
A primeira vista pode até parecer um assunto repetido, mas a falta de motoristas segue sendo um crescente e preocupante desafio para o transporte rodoviário de cargas em todo o mundo na atualidade. Prova disso são os números alarmantes da escassez de profissionais revelados por uma nova pesquisa da International Road Transport Union (IRU).
De acordo com o levantamento que ouviu mais de 1.500 transportadores em 25 países nas Américas, Ásia e Europa, a falta de motoristas cresceu em todas as regiões em 2021, exceto na Eurásia. Ainda segundo a pesquisa, a elevação dos salários de motoristas ao longo do último ano, especialmente nos Estados Unidos e na Europa, não foi suficiente para reverter o cenário desafiador.
O principal destaque segue sendo o continente europeu, com um aumento de 42% na falta de profissionais entre 2020 e 2021. Países como a Romênia (71.000 vagas em aberto), Reino Unido (100.000 vagas em aberto), Polônia e Alemanha (80.000 vagas em aberto), lideram o ranking de países no velho continente com maior déficit de profissionais.
Já nas Américas, o México se consagra como o país com maior falta de motoristas, 54.000 vagas em aberto após um crescimento expressivo de 30% ao longo de 2021. Na China, os números são ainda mais impressionantes, após uma alta de 54% no número de oportunidades em aberto durante o último ano, a maior nação asiática registra agora uma falta de 1,8 milhão de motoristas profissionais.
“A escassez crônica de motoristas comerciais está piorando, com milhões de vagas ainda não preenchidas. Isso está colocando economias e comunidades já estressadas em maior risco de inflação, problemas de mobilidade social e colapso da cadeia de suprimentos”, destaca Umberto de Pretto, secretário-geral da IRU.
Para 2022, as previsões da entidade ainda não são nada animadoras, mesmo diante da possibilidade de melhoria no déficit em países como a Argentina e China. Para a IRU, na contramão deste cenário, a falta de motoristas devem continuar crescendo ao longo do ano, cerca de 40% em todo o mundo.
Mulheres seguem sendo minoria na profissão
A nova pesquisa da IRU também mediu a participação das mulheres na profissão. Segundo o novo levantamento, menos de 3% dos motoristas de caminhão eram mulheres em 2021 em todas as regiões, com exceção da China e dos Estados Unidos, países onde 5% e 8% de todos os profissionais do volante, respectivamente, são mulheres.
Desinteresse dos mais jovens
Segundo a IRU, o também crescente desinteresse dos mais jovens em se tornarem motoristas profissionais está se tornando uma verdadeira bomba-relógio demográfica. Em 2021, os motoristas jovens com menos de 25 anos continuaram sendo minoria, representando cerca de 6 a 7% da população de caminhoneiros, na maioria das regiões analisadas. Por outro lado, há entre duas e cinco vezes mais motoristas com mais de 55 anos em todas as regiões, exceto China e México. Nos Estados Unidos e na Europa, os motoristas mais velhos representam cerca de um terço da força de trabalho. Além disso, a Europa tem a idade média mais alta do motorista, 47 anos.
Causas da falta de motoristas
Por fim, a mais recente pesquisa da IRU constatou novamente que a falta de motoristas qualificados segue sendo a principal causa do crescente déficit de profissionais em todas as regiões analisadas, exceto na China e na Turquia, que citaram as condições dos motoristas e a imagem da profissão, respectivamente, como as principais causas.
“As operadoras de transporte rodoviário estão fazendo sua parte, mas governos e autoridades precisam manter o foco, principalmente para melhorar a infraestrutura de pontos de parada e descanso, capacitar o acesso e incentivar mais mulheres e jovens para a profissão”, conclui o secretário-geral da IRU, Umberto de Pretto.
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