A cada quatro anos, as eleições impactam naturalmente a economia nacional e causam preocupações aos empresários do país. De acordo com a pesquisa realizada pela Deloitte Global, dos 491 dos empresários consultados, 68% citaram o processo eleitoral com preocupação. Esses participantes lideram empresas que somam R$ 2,9 trilhões em receitas estimadas em 2021, representando 35% das receitas sobre o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.
Neste ano eleitoral, existem incertezas econômicas, como a ausência de grandes reformas, inflação ainda elevada, juros altos e o PIB negativo. Esses fatores afetam diversos setores nacionais, principalmente o responsável pela movimentação de grande parte das mercadorias produzidas: o transporte rodoviário de cargas.
Para o gerente administrativo da TKE Logística, Franco Gonçalves, esse “período atípico”, como alguns chamam, é visto com preocupação no setor. Segundo ele, “nos anos eleitorais nos preocupamos com as incertezas do que pode surgir nos próximos quatro anos. Nós, prestadores de serviços, precisamos analisar como estará o mercado dos nossos clientes e como daremos sequência a nossos investimentos e estratégias”.
Um dos grandes questionamentos que os empresários do transporte apresentam é que não existe um “projeto de país”, e sim “projetos de governos”, que resulta no que cada líder desenvolve de acordo com as suas próprias convicções. Isso acaba trazendo oscilação nos investimentos para os empresários a partir do ano de 2023.
Devido a isso, empresários do setor vêm apostando na integração nos cargos diretivos governamentais. É o caso de Ari Rabaiolli, ex-presidente da Fetrancesc e proprietário da Aceville Transportes, atualmente pré-candidato ao cargo de deputado federal por Santa Catarina. Se eleito, Rabaiolli deverá ser um braço forte do setor de transporte rodoviário de cargas no poder legislativo.
Franco acredita que essa movimentação política dos empresários fará muito bem para o setor, dando voz e mais representatividade. “Este ano, acredito, possuímos maior engajamento do setor. Precisamos de mais representatividade por parte das pessoas que vivem na pele o que é ser do TRC, de uma representatividade que escute as pessoas e que trabalhe atrás de soluções viáveis para o nosso país”, acrescenta o empresário.
Com isso, a missão não será fácil, e será necessário trabalhar constantemente para mudar a situação que o setor já enfrenta nos últimos anos. Um exemplo é o aumento de diesel, que, já sofreu mais um reajuste de 14,26% no valor do combustível, acarretando um adicional de 5% no valor do frete conforme o comunicado divulgado pela NTC&Logística a partir de junho. Além disso, há o teto de gastos, que afeta diretamente a percepção do exterior diante da economia do Brasil, bem como a bolsa de valores, as entradas e saídas de fluxo de capital, o preço do dólar, os impostos e a infraestrutura, entre outros, que são as maiores dificuldades encontradas pelas empresas e pelos empresários de transporte e logística.
As empresas, por outro lado, seguem buscando estratégias e planejamentos diferentes para continuarem se destacando. O gerente administrativo da TKE Logística comenta como está sendo essa forma de trabalho na empresa: “Manteremos nossos planos de longo prazo e vamos procurar formas de otimizar nossas operações, evitando desperdícios e estudando cada uma das alternativas. Nossos investimentos são avaliados mês a mês junto com as expectativas que possuímos para a economia”, analisa o empresário.
Em relação às mudanças que as lideranças do setor almejam para o próximo mandato presidencial, Franco finaliza com as principais atitudes que podem evitar gargalos maiores: “Acredito que as principais questões que podem ajudar a melhorar o nosso setor incluem desde desburocratização para aumentar a produtividade e eficiência dos serviços, passando maior investimento na infraestrutura, principalmente as malhas rodoviárias, até maior segurança nelas, além da criação de programas que auxiliem na atração e desenvolvimento dos profissionais interligados nesse segmento”, finaliza Gonçalves.
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