Facchini

Transporte de carga com peso e dimensões excedentes é ATIVIDADE ESSENCIAL

WD Treinamentos
Google News Tem uma coisa que precisa ser dita e repetida incansavelmente até não restar nenhuma dúvida sobre isso: transporte de cargas como transformadores, pás eólicas, geradores, máquinas agrícolas, máquinas de construção, dentre dezenas de outros itens, é atividade essencial.

Razão pela qual gestores públicos e gestores de infraestrutura logística, em especial, não podem e não devem jamais esquecer de, pelo menos, três questões fundamentais:

1- Levar esse fundamento em conta na hora de planejar e implementar a infraestrutura viária (rodovias, pontes, ligações etc.), diligenciando para que esta apresente as condições para suportar e viabilizar o transporte de cargas superpesadas e superdimensionadas, PREFERENCIALMENTE CRIANDO CORREDORES DE TRANSPORTES DE CARGAS ESPECIAIS, como fazem vários países, dentre eles Austrália e Dinamarca;
 
2- Garantir a manutenção permanente da infraestrutura;
 
3- Estruturar e capacitar departamentos com as técnicas e com os recursos humanos necessários para lidar com a complexidade da movimentação desse tipo de itens.


A falta dessa clareza E DOS INVESTIMENTOS NECESSÁRIOS EM AMPLIAÇÃO, MODERNIZAÇÃO E MANUTENÇÃO DA INFRAESTRUTURA LOGÍSTICA, vem tornando cada vez mais desafiadores a produção, o transporte e uso de itens de grande porte no Brasil, como por exemplo, os usados na produção de Energia Eólica.

Apesar do reconhecimento geral da necessidade de escalar a produção, não se tem conhecimento de nenhuma política pública, seja no âmbito federal, seja no estadual, para garantir o transporte com segurança e menor custo de pás eólicas, naceles, geradores e partes de torres.

Pelo contrário. o que se nota é o crescente aumento das dificuldades e restrições ao transporte dessas e outras cargas essenciais, seja pela vulnerabilidade da infraestrutura, seja pelo despreparo e até desinteresse por parte dos órgãos rodoviários de buscar uma coalização para melhorar as condições sejam físicas (viabilidade estrutural e/ou geométrica), sejam administrativas.


Não há dúvida que essa percepção precisa mudar. e mudar já!

É preciso começar pelo mais fácil e que implica em menor necessidade de recursos, aparentemente escassos.

É preciso robustecer as áreas técnicas do DNIT e dos DER’s e, também, das CONCESSIONÁRIAS DE RODOVIAS. Dotá-los da capacitação e das tecnologias modernas disponíveis, em especial organizando a imensa quantidade de dados, disponível nesses órgãos.

É preciso tirar alguns desses departamentos, (mais da metade dos DER's continua emitindo AET no papel) das garras de burocratas despreparados e interessados no atraso.

É preciso digitalização total dos sistemas de concessão de AET – Autorização Especial de Trânsito;


É preciso disponibilizar softwares de roteirização com foco nas restrições de peso e de dimensões, ao mesmo tempo que superá-las;

É preciso atualizar a legislação, tornando-a parte de políticas públicas visando a redução de custos, aumento da eficiência e da segurança no transporte de cargas complexas

É preciso que fique claro que a produção e o transporte desse tipo de carga, no Brasil, como em qualquer parte do mundo, não é problema, é solução.

É preciso não haver mais nenhuma dúvida que sem redução dos enormes custos logísticos atrelados a esse tipo de atividade não há como pensar na tão necessária reindustrialização do Brasil.

É preciso entender que esse tipo de produção tem que ser competitiva não apenas para nosso parque industrial e nossas necessidades de escalar nossa infraestrutura, mas também pensando nas oportunidades internacionais, para exportação.

É preciso entender (e poder evitar) o porquê ou porquês, que estão levando uma empresa como a GE a parar de produzir turbinas eólicas no Brasil?


É preciso entender, não custa reiterar, que, POR SE TRATAR DE ATIVIDADE ESSENCIAL a resposta sobre a VIABILIDADE DE TRÂNSITO de veículo(s) transportando cargas, por mais complexas que sejam, ou pareçam, NUNCA DEVE SER NÃO.

É preciso CRER que sempre HÁ ALTERNATIVA e que esse é exatamente O DESAFIO, A MISSÃO, TANTO DE QUEM TRANSPORTA E/OU PRODUZ TECNOLOGIA PARA O TRANSPORTE DE CARGAS COMPLEXAS, QUANTO DE QUEM FAZ A GESTÃO DA INFRAESTRUTURA VIÁRIA.

Querem ver como? São centenas, quiçá, milhares de exemplos. vejam alguns:

PROBLEMA: Capacidade portante de ponte | SOLUÇÃO: Usar as duas estruturas


PROBLEMA: Gabarito vertical | SOLUÇÃO: Rebaixamento da via

PROBLEMA: Geometria da via | SOLUÇÃO: Uso de tecnologia de ponta

PROBLEMA: Geometria da via | SOLUÇÃO: Uso de tecnologia - Veículos com eixos direcionais


PROBLEMA: Capacidade vertical insuficiente | SOLUÇÃO: Criatividade

PROBLEMA: Capacidade vertical insuficiente | SOLUÇÃO: Engenharia de remoção

PROBLEMA: Capacidade portante de viaduto | SOLUÇÃO: Construção de By-pass


PROBLEMA: Capacidade portante de viaduto | SOLUÇÃO: Escoramento da obra


PROBLEMA: Altura da rede elétrica | SOLUÇÃO: Apoio operacional da concessionária de energia

PROBLEMA: Altura da sinalização vertical | SOLUÇÃO: Apoio operacional de equipe de remoção


PROBLEMA: Ponte estreita | SOLUÇÃO: Uso do veículo adequado

PROBLEMA: Geometria da via | SOLUÇÃO: Uso do veículo adequado

PROBLEMA: Geometria da via | SOLUÇÃO: Engenharia operacional - desvio


PROBLEMA: Gabarito vertical | SOLUÇÃO: Levantamento de campo e desvio de faixa de rolamento

Conclusão: Não há transporte de carga excedente inviável. com foco na legislação que estabelece, entre outras responsabilidades do transportador, a definição do percurso e com uso das melhores tecnologias, engenharia viária e capacidade da equipe operacional o transporte de qualquer carga, no brasil ou em qualquer lugar do mundo, sempre será viável.

ARTIGO: Eng.º João Batista Dominici, presidente da Logispesa e criador da plataforma Logispro

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