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Estudo com 1.026 caminhoneiros autônomos apontou, ainda, preocupações com segurança, infraestrutura, saúde e burocracia
Com objetivo de entender qual tema mais preocupa os caminhoneiros em relação ao novo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a Fretebras, maior plataforma do transporte rodoviário de cargas da América Latina, realizou uma pesquisa com mais de mil motoristas de todo o Brasil. Durante o levantamento, os participantes foram convidados a escolher entre as seguintes opções: Aumento da Segurança, Redução da burocracia, Economia mais estável, Melhorias na infraestrutura e Mais suporte para a saúde.
Segundo a plataforma, A primeira surpresa da pesquisa foi que não houve nenhuma opção que se destacou muito acima das demais, ou seja, todas ficaram com porcentagens muito próximas, demonstrando uma preocupação geral da categoria com diversos problemas que impactam no seu dia a dia.
Para 21,37% dos caminhoneiros entrevistados, a busca por uma Economia mais estável é a primeira grande preocupação da categoria. Hoje o transporte rodoviário de cargas brasileiro enfrenta uma série dificuldades, como a alta inflação, as incertezas econômicas em decorrência dos conflitos internacionais e o alto valor do diesel.
“Em agosto deste ano, conversamos com dezenas de motoristas e descobrimos que o simples ato de negociar o preço do frete pode aumentar o valor para o caminhoneiro em até 20%. Porém, em uma outra enquete que fizemos com mais de 2 mil motoristas parceiros, descobrimos que um terço deles negocia somente ‘às vezes’. Além da negociação, acreditamos que o controle do custo na ponta do lápis e o acesso a mais fretes ajudam a driblar a instabilidade econômica”, explica Bruno Hacad, diretor de operações da Fretebras.
Em segundo lugar aparece o Aumento da segurança (21,25%). Essa preocupação também já foi destacada pela NTC & Logística, pois o número total de registros de roubo de cargas cresceu 1,7%, passando de 14.150 casos, em 2020, para 14.400, no ano passado.
“A insegurança é um problema sistêmico no Brasil, infelizmente, então não surpreende essa preocupação. Na Fretebras, investimos em dois anos quase R$ 80 milhões no nosso programa de anti-fraude, o Frete Seguro, justamente pela preocupação com o tema. Nós criamos um robô de avaliação de risco dos fretes publicados na nossa plataforma, passamos a fazer o monitoramento biométrico de quem usa o nosso aplicativo, triplicamos o time de prevenção à fraude. O resultado foi uma redução de 67% nos golpes contra caminhoneiros e uma taxa de segurança acima de 99%. Ainda não estamos satisfeitos”, comenta Hacad.
Com 21,05% das menções, a Melhoria na infraestrutura é a terceira preocupação dos caminhoneiros. Um dos entrevistados que não quis se identificar, disse que “a estrada está ligada a manutenção e gasto que temos com o veículo, por isso precisamos de boas vias para trafegar”. Outros participantes destacaram dificuldades com pontos de descanso, alimentação, banho e segurança geral das vias como fatores preocupantes.
Por fim, os caminhoneiros participantes da pesquisa também citaram o Maior suporte com a saúde (20,27%) e a Redução da burocracia (15,70%).
Segundo o estudo da Fretebras, os que tiveram maior volume de respostas foram São Paulo (31,4%), Minas Gerais (14,3%) e Paraná (11%). O Rio Grande do Sul (6,8%), Santa Catarina (5,7%), Goiás (4,9%), Rio de Janeiro (4,7%) e Bahia (4,3%) completam os mais participativos na pesquisa.
Metodologia
O estudo foi realizado no dia 25 de outubro, com 1.026 caminhoneiros parceiros da Fretebras, de maneira digital. Dentre os cincos temas selecionados que envolvem o transporte rodoviário, os participantes foram convidados a dizer qual pensam ser o mais importante para focar no próximo mandato presidencial. As opções foram: Aumento da Segurança, Redução da burocracia, Economia mais estável, Melhorias na infraestrutura e Mais suporte para a saúde. Os caminhoneiros também podiam deixar comentários sobre os motivos de sua escolha.