A era da evolução para a mobilidade do transporte rodoviário está mais próxima do que nunca. Com a regulamentação da nova forma de pedágio nas estradas e rodovias do país, o chamado free flow, muitas expectativas estão sendo geradas com sua integração, que já entrou em vigor no início de fevereiro.
Esse novo sistema de serviço funcionará de forma automática, similar ao que já existe atualmente. Porém, a ideia é oferecer praticidade aos condutores com a ausência de cancelas e de limite mínimo de velocidade em sua passagem, permitindo ao motorista manter-se na mesma velocidade tolerada na via.
Somente no último ano, o fluxo de veículos em rodovias com pedágio aumentou expressivamente, segundo dados do índice da Associação Brasileira de Concessionárias (ABCR) feito em 2022. Houve um acréscimo de 14,1% de veículos leves e de 6,1% de pesados, alto índice que se deu pela flexibilização da pandemia, elevando a transitação e, consequentemente, a passagem nas praças de pedágio.
Ainda de acordo com as pesquisas concessionárias, o motorista pode chegar a desperdiçar em torno de uma hora em um caminho com 10 pedágios. Pensando nos veículos pesados, como caminhões e ônibus, essa estimativa precisa ser levada em consideração pelo tempo do transporte, além de haver também um desgaste de freio e de óleo dos veículos, ocasionado pelas paradas em pedágios e que é incluído nos cálculos das transportadoras. Portanto, este novo modelo de cobrança, a partir da idealização do free flow, veio para oferecer a facilidade que a mobilidade viária necessita.
De acordo com o diretor da Anacirema Transportes e presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas de Campinas e Região (SINDICAMP), a implementação do free flow será muito benéfica para todos os setores: “A cobrança com esse novo sistema será positiva não somente para o transporte de cargas, mas para todo o público, pois possibilitará o pagamento de uma tarifa mais justa pelo uso da rodovia e tornará a viagem mais rápida e segura por não haver a necessidade de redução de velocidade ou de parada do veículo para o pagamento dessa tarifa”, comenta o executivo.
No entanto, para que as operações das transportadoras no modal rodoviário sejam viabilizadas pelo free flow como planejando, é preciso existir, também, a participação colaborativa do Ministério da Infraestrutura e de empresas públicas e privadas na conservação e manutenção da malha rodoviária: os dados da Pesquisa CNT de Rodovias 2022 mostram que quase 70% das estradas do país apresentam algum tipo de problema, oscilando entre péssimas, ruins e regulares.
“Como todo novo processo, há um período de adaptação, mas acredito que não haverá grandes dificuldades para o transporte rodoviário de cargas, pois será semelhante a transitar em uma rodovia sem pedágios. A preocupação será, além de conferir se o valor cobrado está de acordo com o previsto, continuarmos nos atentando às pautas que refletem o nosso trabalho, como o estado das estradas e rodovias”, informa José Alberto.
A análise de fluxos de motoristas e o funcionamento das novas tecnologias já estão sendo realizados com a implantação dos pórticos deste novo modelo de pedágio, que funcionaram em fase de testes durante todo o mês de fevereiro na Rio-Santos, uma das rodovias de grande importância para as operações logísticas devido à utilização da região portuária de Santos.
O balanceamento da funcionalidade do novo sistema poderá ser averiguado pelos órgãos reguladores já neste mês, tendo em vista que as cobranças começaram a ser efetuadas no início de março.
“O fato de o teste ter sido feito na Rio-Santos demonstra prudência por ser uma rodovia ampla e de movimentação moderada. Dessa forma, é possível realizar uma análise bem completa e assertiva para os próximos pórticos a serem implantados. Para o transporte rodoviário de cargas, só vejo bons frutos a serem colhidos com essa nova funcionalidade”, finaliza o executivo.
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