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Preço médio do frete por quilômetro chegou a R$ 7,88 no segundo mês de 2023; além do agronegócio, taxa de juros também tem impactado no valor do frete
O preço médio do frete por quilômetro voltou a subir em todo o Brasil no mês de fevereiro, é o que aponta o mais recente levantamento do Índice de Frete Repom (IFR). No comparativo com janeiro deste ano, o preço médio registrou alta de 11%, chegando a R$ 7,88.
Segundo o IFR, a alta registrada no segundo mês de 2023 é fruto do impulso dado pelo agronegócio, segmento que incrementou em 27% o valor do frete em fevereiro, e pelo início da safra de soja, que no recorte isolado elevou o valor do frete em 10%.
No consolidado de 2022, o diesel onerou 40,45% do preço médio do frete. Como reflexo das últimas reduções no valor do combustível, neste início de 2023, o percentual baixou e a fatia que corresponde ao diesel na composição de fevereiro foi de 37,63%. Além disso, no dia 17 do mesmo mês, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) publicou a nova tabela do piso mínimo do frete, com redução de -5,72%, resultado da oscilação para menos no preço final do diesel S-10.
“Mesmo com a redução no valor do combustível e, como consequência, no piso mínimo da tabela do frete, além dos reflexos do segmento agro e da soja, temos outro item que vem ganhando relevância na composição do preço do frete por quilômetro rodado e se mantém em alta, que é o impacto dos juros. Um contexto de altas taxas dificulta o acesso dos caminhoneiros ao crédito para capital de giro e para o financiamento de equipamentos. Além disso, o aumento pelo embarcador no prazo de pagamento do frete, sobrecarrega ainda mais o bolso dos profissionais da estrada e diminui seu poder de compra”, destaca Vinicios Fernandes, diretor da Repom.
Em 2022, por meio da solução Antecipação de Recebíveis, a Repom registrou um incremento de 251% na negociação de contratos, número que reforça a crescente busca por crédito por parte dos caminhoneiros. O Antecipação de Recebíveis tem como objetivo minimizar a inadimplência e possibilitar às empresas e profissionais autônomos do segmento de transporte rodoviário, antecipar valores que seriam recebidos futuramente, gerando maior fluxo de caixa.