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Corrida maluca: Caminhoneiros forçam ultrapassagens na BR-163/PA em direção a Miritituba

Alcioni Fritz/Instagram

Vídeo divulgado nas redes sociais releva uma sequência de imprudências no trecho; práticas são frequentes principalmente entre caminhões carregados em direção aos portos do Pará

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Até 2019 a BR-163/PA era sinônimo de atoleiros, caos logístico e de uma série de desafios para caminhoneiros, especialmente aqueles que atuam no escoamento da safra brasileira de grãos. De lá para cá, a conclusão da pavimentação e até mesmo a concretização da privatização em 2022, reverteu completamente este cenário de prejuízo econômico, consolidando a rodovia federal como uma das principais rotas para escoamento da produção agrícola do Centro-Oeste.

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Apesar dos inúmeros e incontestáveis benefícios proporcionados pela chegada da infraestrutura, especialmente no trecho que corta o estado do Pará entre a divisa do Mato Grosso e o Porto de Miritituba, os investimentos tem trazido a tona um novo problema: a imprudência por parte de alguns caminhoneiros que seguem em direção aos portos paraenses



De autoria do motociclista, Alcioni Fritz, as imagens evidenciam a frequência das práticas imprudentes na BR-163/PA, que em sua grande maioria são cometidas por condutores de Combinações de Veículo de Carga (CVC) com até 74 toneladas de Peso Bruto Total Combinado (PBTC), curiosamente em direção aos portos, ou seja, quando estão carregados. Em determinado momento das imagens, é possível notar ainda duas carretas forçando uma ultrapassagem de forma simultânea e com uma distância mínima entre elas. 

"São milhares de carretas carregadas principalmente com grãos, onde muitos motoristas (se é que podemos dizer que esses indivíduos sejam motoristas), simplesmente ignoram as outras vidas humanas que circulam pela mesma rodovia", relata Fritz na publicação. "O tempo inteiro vc precisa ficar atento porque alguém vai te jogar fora da estrada, vai lhe forçar a sair para o acostamento ou simplesmente passa por cima se não sair da frente deles", completa. 

Apesar da gravidade das práticas e do elevado risco à vida dos próprios caminhoneiros, não é difícil encontrar colegas de profissão que apoiam e até mesmo tentam justificar as imprudências. "Metendo pela canhota o FH... Esse pessoal não sabe como é a lida do grão", relata um apoiador da imprudências. "Pressão da safra", comenta um caminhoneiro na publicação. "Saia da frente que nois tem horário pra cumprir" relata outro caminhoneiro. Resumindo, práticas recorrentes entre alguns caminhoneiros que acabam manchando a imagem de uma categoria inteira. 


Por fim, o motociclista autor do flagrantes também ressalta na publicação a significativa ausência de fiscalização por parte da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e fato da rodovia atualmente estar privatizada e em processo de implantação de cabines para cobrança de pedágio. 

"Fiscalização? Polícia? Simplesmente não existe. Hoje rodamos mais de 400km por essa Rodovia Federal (que esta em processo de implantação de pedágio), no trajeto entre Itaituba à Novo Progresso, ambas no estado do Pará e não encontramos nenhum posto da PRF que esteja funcionando" destaca Fritz.

Procurada pela Portal Caminhões e Carretas, a PRF não se pronunciou até o fechamento desta matéria. Em caso de resposta, traremos atualizações. 

O que diz a Via Brasil BR-163
Em nota enviada ao Portal Caminhões e Carretas, a Via Brasil BR-163, concessionária responsável por 1.009 km  da BR-163/MT/PA e BR-230/PA, afirmou que "investe em educação para o trânsito, conscientizando motoristas ao longo de todo o trecho sob concessão, de forma contínua. Além das campanhas, a empresa está promovendo melhorias de asfalto, sinalização, drenagem, defensas metálicas e conservação, além de disponibilizar serviços de socorro médico e mecânico, medidas que melhoram o nível de serviço da rodovia, a trafegabilidade e a segurança dos usuários".

Questionada sobre a duplicação da rodovia federal, a concessionária explicou que "o leilão desta rodovia, realizado em 2019 pelo Poder Público, não previa esse investimento para a concessionária que assumisse o trecho". Já com relação a presença de equipamentos de fiscalização e controle de velocidade, bem como identificação de tráfego na contramão de direção, a Via Brasil BR-163 afirma que a instalação dos dispositivos "está em dia com o cronograma, que prevê a implantação a partir do segundo ano de concessão".


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