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Governo Lula anuncia mudança na política de preços da Petrobras

Geraldo Falcão/Agência Petrobras

Nova política de preços deverá ser apresentada no dia 27 de abril; ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira afirma que mudança poderá reduzir o preço do diesel em até R$ 0,25

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Em entrevista nesta quarta-feira, 5 de abril, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que haverá mudanças na política de preços dos combustíveis adotada pela Petrobras atualmente. As alterações terão como principal objetivo ajudar "a combater perdas e solavancos inflacionários".

"Vamos tratar isso com todo rigor, cuidado e sensibilidade social", afirmou Silveira a jornalistas, no Palácio do Planalto, após se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.


A expectativa do ministro é que uma nova política de preços comece a ser discutida assim que tomarem posse todos os integrantes dos conselhos que dirigem a companhia, o que está previsto para o fim deste mês.

"O que eu disse é que, na assembleia geral, que será feita dia 27, com o novo conselho definido, tanto o Conselho de Administração quanto o Conselho Fiscal, o governo federal, como acionista majoritário, e como controlador da Petrobras, vai, sim, discutir qual será a melhor política de preços, para a Petrobras cumprir sua função social, que está na Constituição, está na Lei das Estatais", disse.

Ainda segundo Silveira, se colocada em prática, a nova política que será proposta pelo governo Lula poderá acarretar um redução entre R$ 0,22 e R$ 0,25 no preço do litro do diesel.


Independência em relação a produção internacional
Diante da recente decisão da Organização dos Países Produtores de Petróleo (Opep) de cortar a produção de cerca de 1 milhão de barris de petróleo por dia a partir de maio e seguindo assim até o fim de maio, Silveira também defendeu um papel maior da Petrobras para evitar a alta volatilidade dos preços internacionais de combustíveis.

"Nós não podemos [aceitar], por exemplo, que o cartel da Opep possa influenciar e esmagar o poder de compra dos brasileiros. E, portanto, o governo do presidente Lula vai ter uma linha muito clara, nós somos acionistas majoritários, respeitaremos a governança da empresa, sua natureza jurídica, mas seremos vigorosos na defesa dos interesses do povo brasileiro", afirmou.


Autossuficiência em refino
O ministro também defendeu investimentos no parque de refino do petróleo no país para ampliar autossuficiência em derivados, especialmente gasolina e óleo diesel. De acordo com Silveira, atualmente, o Brasil importa 13% da gasolina e 25% do diesel consumidos no mercado interno.

"Ou seja, teremos que nos tornar autossustentáveis na gasolina e, no médio prazo, na questão do diesel", destacou Silveira em uma referência à necessidade de buscar independência das oscilações internacionais de preços.

Por fim, o ministrou afirmou ainda que, para o governo federal, os custos de produção da Petrobras, que são balizados em real, não podem ser calculados em dólar, como a política de preços atual da empresa. "A Petrobras produz em real e não pode ter seu custo calculado em dólar. Isso não faz sentido no nosso governo", disse.

Com informações: Agência Brasil

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