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De janeiro a abril deste ano, mais de 32 mil caminhões Euro 5 foram vendidos no Brasil, enquanto apenas 13,5% da produção de modelos Euro 6 foi comercializada
Quatro meses após o encerramento da produção, conforme calendário estabelecido pelo Proconve P8, os caminhões Euro 5 zero quilômetro seguem superando de forma significativa os modelos Euro 6 no volume de vendas. A informação é confirmada pelos números levantados pela Associação Nacional dos Fabricantes de Autoveículos (ANFAVEA).
De acordo com o balanço oficial da entidade, 36.440 caminhões zero quilômetro foram comercializados no Brasil de janeiro a abril. Deste total, 32.145 exemplares (88,2%) foram produzidos antes de 2023, ou seja, correspondem aos modelos Euro 5 produzidos até 31 de dezembro de 2022 e são fruto dos estoques criados desde então. O restante, apenas 4.295 exemplares foram produzidos neste ano, ou seja, são modelos Euro 6.
"A avaliação que nós fizemos pegando a médias dos últimos anos, este número [volume de caminhões produzidos em 2023 e comercializados até abril] deveria estar em 40%. Então vemos que está muito mais lenta a migração do P7 para o P8 do que seria uma venda normal ao longo dos anos, comparando o estoque do que foi produzido com o do que foi entregue", destaca Gustavo Bonini, vice-presidente da ANFAVEA para veículos pesados.
Uma análise apenas do volume de produção em 2023 em relação ao que foi vendido neste ano, revela uma situação ainda mais preocupante. Segundo a ANFAVEA, 31,8 mil caminhões Euro 6 foram produzidos em todo o Brasil de janeiro a abril de 2023. Entretanto, os 4.295 exemplares comercializados correspondem há apenas 13,5% do que foi produzido.
Montadoras reduzem volumes de produção
Diante do cenário que vai se desenhando para o mercado brasileiro de caminhões em 2023, especialmente em relação a baixa procura pelos atuais modelos Euro 6, as montadoras já começaram a ajustar as atividades e o volume de produção. Dentre as medidas anunciadas está a redução do número de turnos de produção, férias coletivas, encerramento de contratos, entre outras iniciativas. De março para cá, todas as principais montadoras de caminhões que atuam no Brasil confirmaram ajustes da atividade industrial.